Divina providência dá-me a santa paciência
O santo dom da tolerância
A beata vivência divina providência
Dá-me a santificação da poesia a
Canonização do poema a beatificação
Do soneto do meu dia a dia sei
Que faltar-me-á muitas outras coisas
Que à vida dum artista não podem
Faltar decoro decência coerência
Comportamento politicamente correto
Faltar-me-á atitude ética a honestidade
Que comigo não querem andar a destreza
Do pensar que comigo não quer caminhar
Se seguir sozinho na estrada não acharei
O caminho me perderei não chegarei
Em nenhum lugar se a providência
Divina abandonar-me aí é que tudo
Vai danar-se a percepção voará para
Longe a sorte sumirá só o azar
Reinará em minha vida viver sem
Dialética viver sem filosofia é o
Mesmo que morrer teimarei em
Recorrer à providência divina mesmo
Já senil decrépito não ter mais
Nada a perder pois se teve uma coisa
Que soube fazer no meu viver foi
Perder teimarei queimarei as últimas
Energias da velha bateria num
Aquecimento a esta carne fria se
Merecer aqui deste canto da escuridão
Antes que possa parar a luz brilhará
Em meu coração de ancião
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