quinta-feira, 22 de março de 2018

Nasci cresci sem escudo sem arma; BH, 019090141002003; Publicado: BH, 0260202013.

Nasci cresci sem escudo sem arma
Defensiva para livrar-me dos golpes
De espadas lanças não tenho as peças em
Que se representam os brasões de nobreza
Nasci cresci sem aparo sem defesa
Moeda não tenho nem a portuguesa
Sou menor do que o escudilho o receptáculo
Na fronde nos caules dos líquens o escudete
Em que tento me proteger é um escudo
Pequeno é a chapa que guarnece o exterior
Das fechaduras na escudeirice a ação
Maneiras próprias de escudeiro que imito é
A de Sancho Pança só não tenho um Dom
Quixote para escudeirar para acompanhar
Servir nada há mais para ser esquadrinhado
Em mim ainda assim tudo que se pode ser
Investigado escrutável na esperança de
Encontrar alguma vontade uma coragem um
Ânimo uma escrupularia farão escrutador
Desistir o investigador não complementará
A investigação o examinador reprovará o
Exam o perscrutador verá que não tenho
Nenhuma abundância de escrúpulos muito
Menos escrúpulos desmedidos não adianta
Tentar escrupulear-me não é da minha
Jurisdição é por isto que nesta escrevinhadura
Gostaria de deixar claro sem dúvidas a
Maneira de escrevedor que sou sem talento
Sem estilo sem meios de libertar a
Escravaria a grande porção de escravos
Africanos que ainda trago dentro de mim
Para limpar a minha boca desisti do
Escovilhão da escova grande em forma de
Cilindro para limpar as bocas dos canhões
É pequena demais a escova especial
Não é qualquer escoveiro negociante
De escovas nem em qualquer lugar ou
Objeto em que se guardam escovas que
Assim pequeno já conformado calado
A aceitar tudo ensirrostro com o bico
Em forma de espada porém sem ferir
Ninguém a não ser o próprio peito sem
Ensumagrar preparar vestir com sumagre
Meu couro para aguentar o estabulamento da vida
Não firmei meu destino no conjunto da
Arquitrave caí perdi o friso desequilibrei-me
Da cornija escorreguei da cimalha
O medo fez apertar minha voz a covardia
Fez-me entalhar de medo ao entabocar
Não me metamorfoseei-me em homem
Segui eternamente na entalação
Passei por todo tipo de embaraço aperto
Meu coração ficou em apuros o meu
Espírito em comprometimento suspeito
Minha alma segue presa na entaladela
Entalada no meu ente tudo que
Vejo me deixa engasgado com qualquer
Vestígio estou comprometido mais
Apertado do que defunto em caixão de
Madeira de sabão meu corpo também
Está entre talas entalado mumificado
Num sarcófago que não deixa entalecer nada
Nenhum raio de sol vem criar talos pois
Nasci cresci assim sem amor próprio
Autoestima consideração nasci
Sem dignidade orgulho ambição
Fui criado sem cidadania liberdade
Soberania só conheci a mentira
No seio desta burguesia no regaço da elite  

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