domingo, 26 de dezembro de 2021

ANDRÉ NÓBREGA, A NOSSA GRAMÁTICA, SUPLEMENTO LITERÁRIO DE MINAS GERAIS.

Apague estas palavras em seu colo.
Logo, o poema não valerá como ruído,
ou silêncio combinado. São pretensos
os verbos escolhidos. Ineficazes, as
nossas grafias já estão. Porque a sua
presença suplica sintaxes perfeitas, a
nossa prática justifica impasses. Então,
daqui não contam as frases, a justeza
de alguns versos. A sua aderência
kamikaze, os seios a soar como cartase
inibem a metáfora. Juntos, vamos dando
sentido ao suor, tornando nefastas as
conversas. Basta de murmúrios floridos,
falas impressas com artimanhas e arestas.
Nos nossos mundos atingidos pela novidade
a ignorância nos atravessa. Está explícita
uma mágica densa, mestra a nos demonstrar
uma lenta e elaborada gramática. 

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