Chegou a minha hora
E tenho que ir embora
Vou pela madrugada a fora
De encontro à aurora
E vê se não choras
E me dá uma esmola
Que é para poder
Comprar um pão
Para poder roer
E sair a ranger
Por este mundo agora
É que chegou a minha hora
Não tenho relógio
E nem sei quanto tempo
Passei por aqui
E penso que aqui nasci
E penso que aqui vivi
Mas não vou morrer aqui
O tempo já voou
À velocidade da luz
E escureceu num relâmpago
E fiquei cego então
Como um raio na escuridão
Ouvi teu grito
Ouvi teu choro e
Tua lágrima molhou
A minha boca seca
E pensei em ti num lapso
E te imaginei santa
E te imaginei imaculada nua
E te imaginei nua no céu
Da minha boca sedenta
E me arrepiei nós cabelos e pelos
A debater na superfície
Da plataforma do tempo
E chegou a minha hora
E tenho que ir embora
Não adianta e nem choras
Vou para a aurora
Vou pela madrugada
Para a imaginação
Sou a estrela da manhã.
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