segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Antônio Furtado, "Poesias e Crônicas", Isiquié, o Brabo.

Não tinha certidão de nascimento
Cuspia fogo, comentavam
Bebia fel
No lugar da cachaça
Nascido, falavam
No Norte, Nordeste
Cidade natal?
Sertão, onde imperava a seca
Sol avassalador
Terra infértil
Chuva ausente
Isiquié partiu
Vindo parar em Belfort Roxo
Impondo respeito
"Peixeira" afiada
Dez polegadas
Virava o cão
Enfrentava até polícia
Porém, respeitando
O Cabo José Mão de Ferro
Com ele, malandro se benzia
Quando os dois se cruzavam
Saía faísca, o tempo fechava
Cabo José afirmava
 - Isiquié, é cobra venenosa
Afirmam, se é boato ou não
Certa vez, no Distrito
Isiquié derrubou vários da farda
Cabo José foi chamado
Para acalmar a fera
Na grade ninguém
Tirava "farinha"
Conheciam a fama
Isiquié, na perna e na mão
Impossível de aturar
Na cintura a amiga inseparável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário