quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

"Poemas Fantasmas", Toda vez que passa, RJ/SD; Publicado: BH, 0201202021.

Toda vez que passa
O meu estado de ressaca
E entro num lamentável
Estado de depressão
Depois do porre de 
Ocasião parece que fiz
Mil e umas desgraças e
Acabei com o mundo ou
Acabei com todos no 
Mundo e então me 
Arrependo e de remorso
Passo mal e muito mau
Que ofendi e não honrei
Ao meu pai e nem honrei
À minha mãe e me sinto
Culpado e morto e morro
De vergonha e quando me
Contam os meus atos e o
Que fiz é aí que estou
Coberto de andrajos e
Mosquitos e feridas que me
Mostram a carne viva e 
Meu coração treme
Desfalecido na beira dum
Abismo e cai não cai e me
Deixo trair por uma
Tremedeira que não tem
Controle e uma dor na
Barriga dum medo qualquer
Medo de não sei de que e
Um gosto amargo na boca
Ainda queimada pelo álcool
Do meu estômago ressequido
Sobe um gosto que me enoja
E enjoa e me dá náuseas e 
Fico assim o dia inteiro e 
Morto não morro e bebo não
Bebo mas quando a noite vem
Lá vou voo a voar para o bar.

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