domingo, 26 de dezembro de 2021

ANDRÉ NÓBREGA, A URGÊNCIA NA ESPERA, SUPLEMENTO LITERÁRIO DE MINAS GERAIS.

Há uma fogueira branda em meus calcanhares
Que viceja adiante uma poeira mínima
Feita do pó nas varandas
Só com uma lua sem pares.

Há uma fogueira máxima de falhas
Em meus braços. 
Não é alcance
Pertence mais aos cacos certeiros
Cujas mãos carecem por costas
Onde ponteiros brutos não apontam.

Há uma fogueira vacilante em meus ombros
Ela incinera chances prósperas
E consome inteira, escombros
Para ensinar a urgência na espera.

Há uma fogueira agora apagada no peito
Apegada a firmezas ela resseca extremos
Breve nas chamas minha fogueira respira
A entrada avessa e também caudalosa
De um incêndio que não sabe ficar pelo meio.

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