segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

JAMES TATE, ACONTECEU ASSIM.

Eu estava do lado de fora da paróquia de Santa Cecília fumando um cigarro, quando um bode apareceu ao meu lado.
Era predominante preto e branco, com castanhos avermelhados aqui e ali. 
Assim que tomei o meu rumo, ele veio junto.
Achei divertido, mas me perguntei que lei regularizava aquele tipo de coisa.
Há uma lei para o uso de coleiras em cães, mas bodes?
As pessoas sorriam para mim, admiradas com o animal.
"Esse bode não é meu", expliquei
"É o bode da cidade. Estou apenas cuidando dele por um tempo." "Não sabia que tínhamos um bode", disse um deles. "Quero saber quando será a minha vez." "Logo", respondi. "Seja paciente, sua vez está chegando." O bode continuava ao meu lado, me acompanhando. Ele me encarou e eu o olhei diretamente nos olhos. Senti que sabia todo o essencial a meu respeito. Caminhamos. Um policial se aproximou, examinando nós dois. "Você tem um belo bode aí", disse, parando para admirar. "É o bode da cidade. Sua família está conosco há 350 anos", contei, "desde o começo". 
O guarda inclinou-se para tocá-lo, em seguida afastou-se e olhou para mim. "Se importa que eu o reviste?" perguntou.
"Se tocar esse bode, sua vida mudará", disse.
"A escolha é sua." Ele pensou bem por um instante, então virou-se e continuou: "Qual é o nome dele?" "O nome dele é Príncipe da Paz", respondi. "Meu Deus, essa cidade é como um conto de fadas. Há mistério e encanto por toda parte. E eu sou apenas um garoto eternamente brincando de polícia e ladrão. Por favor, me perdoe se eu chorar".
"Te perdoamos, senhor", eu disse. "E nós entendemos por que você, mais que qualquer um, nunca deve tocar o Príncipe." 
Eu e o bode seguimos nosso caminho. Já escurecia e começamos a pensar onde passaríamos a noite.

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