O passado veio encorrear-me com o presente até hoje
Depois de ligar-me com a correia que mais tem a
Aparência a consistência do couro curtido difícil de
Romper mesmo com esperança de suportar esta pedra
Do abismo amarrada ao pescoço tento evitar o
Encortinar do meu futuro não posso pôr cortina para
Esconder o que sou é sair do armário não pretendo
Encorujar-me esconder-me de medo como uma coruja
Nem fugir de covardia da convivência social ficar triste
Não resolve nada chegar à encosta não transpô-la como
Um preguiçoso que olha o declive esmorece-se tem
Receio de cair da rampa ou de escorregar na vertente
Como o ocioso descuidado que passa o tempo
Encostado a esperar de boca aberta de olhos fechados
A comer moscas a comer ar cada dia que passa a
Procurar outro lugar para encostar para arrimar o
Esqueleto apoiar o corpo firmar-se na fortaleza do
Semelhante recostar-se na força do forte procurar
Proteção de alguém dum outro encosto uma peça de
Apoio espaldar de cadeira arrimo que não seja o teu
Pois não aguenta nem consigo mesmo não tem força
Para espantar o mau agouro atrai para si o azar vive
Em concubinato com a má sorte é por não ter o
Interior encouraçado nem a medula nem a entranha
Nem o tutano couraçado resistente tal navio de
Guerra revestido de chapa de aço blindado
Desmorona por qualquer descuidado não tem a
Sabedoria de encouraçar o saber e nem a inteligência
De couraçar com sabedoria o intelecto corre a
Enfronhar-se a meter-se em fronha como se fosse um
Travesseiro velho não procura instruir-se nem tomar o
Devido conhecimento dum assunto foge para não
Enfrentar não atacar de frente o problema corre para
Não defrontar nem encarar o próprio enfraquecimento
É literalmente a própria fraqueza a debilidade olha para
O espelho ver a imagem enfraquecer-se miragem pela
Falta de luz nada faz para deixar de ser fraco débil
Colabora cada vez mais para o próprio debilitar-se
Diante da reação antagonista tem uma boa ideia corre
Para enfornar tem um ideal vai meter no forno deixar
Queimar não é de enformar um projeto não é de meter
Na forma nenhuma massa para modelar meu Deus
Ainda quer casar-se quer suicidar-se por estrangulação
Suspendendo-se pelo pescoço do desespero pelo
Menor motivo ameaça deixar de comparecer ao
Trabalho ou às aulas como se estivesse em dia útil
Que fica entre dois feriados ou entre um feriado
Um domingo jura que merece que alguém venha
Dar-lhe morte na forca promete enforcar-se fazer
Um enforcamento em praça pública com exposição
Do enforcado o tempo passa é a mesma pessoa em
Apuros financeiros que se enforcou num enfoque
Na maneira de focalizar um assunto uma questão
Cai no chão fica inerte até enfolhar-se até o terreno
Cobrir-se de folhas aumentar o enfolhamento do
Quintal no enfocar com efeito a tarde pôr em foco
O anoitecer focalizar a luz da noite na enfocação
Do sonho sem pesadelo do enfisema tumefação
Dum órgão pela presença anormal de ar ou gás
Em seus tecidos enfim o passado é velho
Finalmente o presente ainda não chegou afinal o
Futuro virá? ou passaremos os nossos dias a enfileirar
Os nossos problemas a pôr em fileiras as nossas dores
A fazer filas com os nossos sofrimentos nunca alinhar
Uma única solução no enfileiramento de cadeias de
Desastres atentados tocaias traições basta de meter-se
Em encrencas entrar furtivamente na casa doutros
É crime traspassar o limite de tolerância calçar o
Sapato com a pedra dentro vestir a calça ao avesso
Pôr em série os assassinatos introduzir um fio em
Orifício contendo pólvora enfiar o dedo no nariz explodir
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