quinta-feira, 2 de junho de 2011

Como é que pode; RJ,080401997; Publicado: BH. 020602011.

Como é que pode,
Não tem explicação,
Ficar tanto tempo assim,
Sem sentir sensação;
Não sentir a falta,
Não ficar desesperado,
Perturbado e em pânico,
Como um homem normal,
Ficaria em meu lugar;
Não é possível mesmo,
Tem que haver uma solução,
Cheguei ao fim do dilema,
Cheguei sempre sozinho,
À palma da minha mão;
No fundo do calabouço,
Amarrado às masmorras,
Da minha mente insana;
Preso aos grilhões,
Das barreiras intransponíveis,
De correntes inexpugnáveis,
De ondas ressonantes,
Do eco de minha cabeça,
Refletido no espelho,
De minha cisterna de espermatozoides;
Lancei o balde com a corda,
Rodei a manivela,
Acionei a bomba manual,
Liguei a bomba elétrica e
Nem uma gota sequer;
Secou sem eu saber,
E agora o que me resta, é
Passar a vida enfadado
E sem sentir prazer.

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