Todo o meu tempo é de vadio
Tempo de vagabundo de passar
A vida na vadiagem é por isto
Que tenho tempo pois todo o
Meu tempo é de desocupado de
Preguiçoso de ocioso aí pego
Uma caneta vou fazer a coisa
Mais abominável do mundo vou
Escrever o que é pior escrever
Poesia o mais terrível de tudo
Ainda escrever poema tenho todo
Tempo do mundo passo as horas
À toa um inútil pária das letras a
Escrever inutilidades um simplório
Parasita das palavras suas
Futilidades que sem-vergonha
Poderia fazer alguma coisa construir
Algo trabalhar no mercado neoliberal
Não só a tecer loas ao nada em
Linhas de folhas de papel que nem
Infinitas são que mortal nenhum se
Preocupará em lê-las todo o meu
Tempo é assim infelizmente se
Morrer hoje terei de ser enterrado
Como indigente junto aos do
Cemitério Perus por não ter para o
Caixão sepultura todo o meu
Tempo é de defunto como o passo
A maior parte a dormir dizem
Que o sono é o prenúncio da morte
O meu tempo é tempo de finado
Se inda sonhasse a voar a visitar
Palácios a conhecer castelos
Cordilheiras de montanhas silenciosas
Um dia em que tivesse acordado teria
Coisas para contar ao menos uma história
Nenhum comentário:
Postar um comentário