Não quero saber de descansar nem
Quando morrer se alguém pensar que
Ao morrer descansarei está muito enganado
Perturbarei a todos com o meu espírito
Indesejado não me chamais às vossas
Casas a descansar minh'alma não quer
Saber de repouso nem quando meu ser
Já estiver no limbo feito um fantasma
A arrastar correntes a assombrar sombras
Assombrações a assustar silhuetas
Simulacros dos desesperados que em
Vida se desesperavam pela vida
Névoas desesperam-se por não mais
Terem a vida quero entrar em transe
Quero ter delírios devaneios ser onírico
Quero ter espasmos convulsões calafrios
Tremedeiras quero ter ilusões até
Desilusões quero ter sensações vibrações
Reverberações mas descansar não
Nunca ânimo sim muito disposição
Energia fogo demais fôlego também
Chama viva faísca fagulha centelha
Sangue nas veias presença de físico
De corpo de espírito de alma de ser
Presença sempre de sabedoria de
Valor presença sempre mesmo sem
Ser presente sem querer demonstrar
Mas que só o fato de estar onde estiver
Denote o ato da presença igual a da luz
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