Os céus anunciam as minhas obras o firmamento
Guia a minha mão na inspiração de lavrar nas
Tábuas de rochas as parábolas que prestam à
Poesia os caminhos que a levarão ao infinito
Então quando quero cantar apelo à natureza
À fauna à flora aos mandamentos ditados na
Fonte dos mistérios dos desejos sacra volto
Ao berçário dos astros errantes identifico-os
Um por um nome por nome como cada raio que
Parte-me em mil iluminações das imaginações
Que almejo eternizar as palavras são poucas só
Algumas já os deuses são muitos são bilhões
Cada um que habita o planeta tem um dentro
De si também com seus bilhões de religiões
Todo dia santo ou todo santo dia desvirtuo-me
Dos meus caminhos para voltar às minhas origens
Canto para o eco a minha voz se machuca nas
Pedras das pradarias se perde nas fendas dos
Paredões ao escorregar nas escarpas sedimentadas
Há milênios no fragor do alcantil das serras sinto a
Dor pelas crateras abertas nos dorsos dessas encostas
De corcundas de corcovas espetaculares que guardam
Os tesouros de gerações em gerações de múmias faraós
Sacerdotes maias astecas incas entes purificados
Que morreram de inanição por não aceitarem se
Contaminar por nenhum tipo de comida se
Sacrificaram pela pureza os seres que se
Recusaram a beber água mesmo no meio
Dela morrem de sede não a bebem também
Em flagelo pela elevação outros abrem as
Veias deixam a escorrer todo o sangue
Outros impedem o ar de entrar nos pulmões
Porém recusam-se a parar de pensar refletir meditar
Concentrar recusam o ar mas não recusam a
Razão o raciocínio a lógica recusam o amor o sexo
Mas não a dor do parto querem parir parem
Sem serem fecundados estão mumificados petrificados
Fossilizados dormem em tumbas sarcófagos pirâmides
Compactados entre rochedos ressonam em cavernas
Grutas outros subsolos dos subterrâneos
Torres de templos basílicas mosteiros os céus
Proclamam as obras das minhas mãos consagradas
O firmamento aos trovões aos raios mais
Um filho dessa dinastia de grandeza universal
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