Costurei nuvens teci mosaicos dos
Montes onde encontrei a minha
Inspiração o melhor momento de
Minha vida usei luz das estrelas
Fios de brisa tapetes persas de
Orvalho sereno mantos reais feitos
Dos mantos da terra cetros de varas de
Carvão de lavas de vulcões de planetas
Onde o universo inda vai começar
Do caos a noção não foi formada
Já a poesia pairava aos pedaços
Rasgada aqui um retalho ali à
Espera dalgum costureiro dalgum
Alfaiate a cozer a cerzir a
Alinhavar o que antes dalgum
Poeta existir reverberava pulsava
Fremia engatinhava bem antes da
Definição de que o caos geraria o
Universo costurei o ar para que
Não fugisse para o vácuo cosi a
Água para que não derramasse
No abismo de retalho em retalho
De remendo em remendo forcei
A força de gravidade para debaixo
Dos meus pés a achatei a pisei
Fiz dela a minha raiz aqui
Um dia paro a poesia
Continua a pairar talvez só
Em estado fantasmagórico a
Encontrarei de novo eterna como
Sempre em estado bruto de antimatéria
Em energia de sol nunca dantes
Imaginado como a nascer de
Mares cósmicos nunca dantes navegados
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