quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

"Poemas de Hoje", RJ/SD, Branco nada; Publicado: BH, 0130202020.

Branco nada
Vim do branco
Não fiz nada
Não faço nada
Não sou nada
Não fui nada
Vou para o nada
Para que correr
Para que pressa
Se um dia 
Vou morrer?
Só espero tranquilo
A morte chegar
E me levar
Quando quiser
Não adianta fugir
E nem adianta esconder
Onde estiver
A morte vai me encontrar
Vai pegar minha mão morta
Com a sua mão morta
E me abraçar
Com seus braços mortos
Vim do nada
Vou para o nada
Se alguém agradece
Digo de nada
E reconheço
Minha posição
Meu ponto estratégico
Meu ponto de vista
E meu ponto final
É o branco nada
É a escura morte
Para que chorar?
Para que cantar?
Para que sorrir?
Para que viver?
Não vale a pena
Nada vale a pena
A alma é pequena
Quanto mais
A gente faz
Mais o tempo voa.

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