terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ai meu arauá arauá meu ai; BH, 0290602000; Publicado: BH, 060902011.

Ai meu arauá arauá meu ai
Indígena da tribo aruaque,
Dos meus queridos Arauás,
Onde é que estás,
No fundo do rio Xiué
Ou no fundo do rio Xiuá?
Tua alma meu irmão,
Aonde é que anda a vagar?
Daqui sumiu até o aratu,
Pequeno caranguejo quadrangular,
Da família dos Grapídeos,
Conhecido como marinheiro;
Hoje por cima de tudo,
Passou a fumaça da poluição,
Do progresso e do desenvolvimento
E tudo cai no esquecimento;
A terra não conhece mais
Nenhum instrumento aratriforme;
O arado não abre mais o sulco da vida,
Na virgindade da mãe terra;
E tudo que era pertencente
Ao arado e à agricultura,
O aratório da semente da vida,
Foi deixado de lado, abandonado,
Ao cair no desuso e na desolação;
O aratanã, ave dos icterídeos,
Não pousa mais nos galhos do araticu;
Nem o arataiaçu, que sumiu também;
E que saudades do aratá, da tribo dos Aratás,
Dos afluentes do Xingu, que se
Perfumavam com as raízes das Euforbiáceas,
Raízes perfumosas da arataciú;
A araroba, angelim-araroba virou pó,
Extraído dessa árvore, empregada
Medicinalmente e na tintura;
E o bosque de araribás, o araribal,
Ai, com que vergonha fico,
Ao olhar para atrás e não enxergar nada, ai.

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