segunda-feira, 12 de setembro de 2011

De mim o que tenho para mostrar; BH, 0260402000; Publicado: BH, 0120902011.

De mim o que tenho para mostrar,
É só a coleção de anedotas a meu respeito;
Sou um anedotista de mim mesmo;
Se fosse um anduzeiro, arbusto leguminoso,
Nada teria a dizer de mim;
E o meu fruto andu, quandu,
Não seria motivo de riso
E do escárnio público;
E se fosse um andrótomo, planta cujos
Estames estão divididos em duas partes,
Por uma espécie de articulação,
E não seria motivo de gozação
E de encarnação, só porque,
Cheguei ao auge de minha andropausa;
Cheguei à diminuição de minha
Atividade sexual e que está
Associada a outros sintomas
Do envelhecimento do homem;
Cheguei ao ápice do climatério masculino
E por mais que tente, não
Consigo satisfazer à minha mulher;
E nem consigo me satisfazer;
Vou-me embora para longe,
Fugir para Andrômeda, e
Esconder-me na constelação borel,
Longe das piadas das pessoas;
Se fosse um arbusto,
Da família das Ericáceas, e não
Sentiria tanto a influência
Negativa duma encarnação;
Não sinto em mim, através das
Mulheres a ação andromaníaca;
Sinto só a aversão delas por mim
E toda a minha artimanha,
Toda a minha impostura,
A endrômina variante de andrômina,
É justamente porque,
Nada tenho de andrológico;
E tudo que diz respeito à ciência
Do homem e especialmente das suas
Doenças, o complexo da andrologia, e desconheço.

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