segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Minha ignorância é uma pedra; BH, 0280602000; Publicado: BH, 0260902011.

Minha ignorância é uma pedra,
Tão bruta e dura, que nem com
O arcete, conseguirei abrir,
Uma porta no meu ser apedeuta;
Nem a serra especial para cortar
Pedras, conseguirá abrir uma fenda,
Na hipocrisia da minha obtusidade;
Os gavetões do meu arcaz estão
Lacrados com grandes rochas; e
Até o arcebispo já me fez
Uma reza arcebispal, para ver
Se conseguia me iluminar,
Abrilhantar-me e engrandecer-me;
Todas as formas alteradas foram usadas:
De arce e de aque e de arqui
E nada consegui de urgir;
Minha arcatura era uma arcaria
Fingida, que serve de ornato
Às fachadas e é comum em
Certos estilos arquitetônicos;
Meu perfil arcangélico era
Uma pequena cobertura
Que encobria os recifes,
Que formavam o meu rosto;
A arcal, planta rosácea, espécie
De esteva, que se cria nas turfeiras
Da minha face, servia
Para encobrir a minha dor;
A dor que me faz arcaizar,
Tornar-me um arcaico de vergonha,
De feição arcaica e jeito arcaísta
E todo o meu arcaísmo é para
Esconder-me, inibir-me e aumentar a arcadura,
A curvatura das trevas e das sombras
Que carrego em minhas costas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário