quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Patagônia, 927, 15; BH, 070902011; Publicado: BH, 070902011.

Como posso externar neste
Papel, a sensação que tenho,
Ao beijar as faces de minha
Mãe, com seus noventa e 
Cinco anos no rosto? porquê
Que não tenho um dom?
Porquê que não tenho uma
Sabedoria, para escrever a
Felicidade que é ver minha
Mãe, cheia de saúde e tão
Saudável, com quase cem
Anos? ai, se tivesse uma
Percepção; um teor sensitivo,
Para descrever a sensibilidade,
De ver minha mãe, num belo dum
Sábado de manhã, a lavar
Numa bacia, as roupinhas
Dela, sentadinha num banco,
Igual uma santa num altar;
Ai, que falta que faz uma genialidade,
De não saber captar as impressões,
Deixadas nas minhas retinas, pela
Figura da minha mãe; é bela
A minha velhinha; e que
Apetite; e haja sorvete com
Cobertura de morango; parece
Uma mocinha levada diante
Da taça do gelato; e penso
Que Deus não a quer por
Perto tão cedo; deve ter receio
De ter uma ofuscação,
Com a presença dela lá;
Melhor para mim, que posso,
Então, vivê-la e eternizá-la
Um pouco mais, nestas pobres
Linhas, que não tenho como,
Torná-las ricas: é o meu sofrimento.

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