sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Nietzsche, Fazer brilhar sua própria felicidade; BH, 0120202011.

Do mesmo modo que os pintores que de maneira alguma
Podem atingir o tom profundo e luminoso do céu, tal como existe
Na natureza, são obrigados a tomar todas as cores de que têm
Necessidade para sua paisagem, alguns tons mais baixos que aqueles
Que a natureza lhes mostra: do mesmo modo que conseguem
Atingir por esse artifício uma semelhança na luminosidade e uma
Harmonia de tons que corresponde à natureza: assim também é
Necessário que os poetas e os filósofos, aos quais o brilho luminoso
Da felicidade é inacessível, saibam usar de expedientes.
Conferindo a todas as coisas um colorido de alguns tons mais sombrios que
Os reais, a luz que conhecem dá um efeito quase ensolarada e se
Assemelha à luz da plena felicidade.
 - O pessimista, que confere a todas as coisas as cores mais negras e mais sombrias,
Usa apenas chamas e clarões, glórias celestes e tudo o que possui uma força
Luminosa muito viva e que torna os olhos hesitantes; nele a claridade
Existe simplesmente para aumentar o temor e deixar pressentir nas
Coisas mais terror do que elas contêm na realidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário