segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Torquato Neto, Bilhetinho sem maiores consequências; BH, 0190902011.

Uma retificação, meu bom Vinícius:
Você falou em "bares repletos de homens vazios"
E no entanto se esqueceu
De que há bares lares
Teatros, oficinas
Aviões, chiqueiros
E sentinas,
Cheinhos (ao contrário)
De homens cheios
Homens cheios.
(E você bem sabe)
Entulhados da primeira à última geração
Da imoralidade desta vida
Das cotidianas encruzilhadas e decepções
Da patente inconsequência disso tudo.
Você se esqueceu
Vinícius, meu bom,
Dos bares que estão repletos de homens cheios
Da maldade das coisas e dos fatos,
Dos bares que estão cheios de homens cheios
Da maldade insaciável
Dos que fazem as coisas
E organizam os fatos
E você
Que os conhece tão de perto
Vinícius "Felicidade" de Moraes
Não tinha o direito de esquecer
Essa parcela imensa de homens tristes,
Condenados candidatos naturais
A títulos de tão alta racionalidade
A deboches de tão falsa humanidade.
Com uma admiração "deste tamanho".




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