terça-feira, 27 de setembro de 2011

Fui fruto dum amor; BH, 01º0502000; Publicado: BH, 0270902011.

Fui fruto dum amor
E não duma anfimixia,
Mais uma reprodução sexuada,
E com fusão de dois gametas;
Habitante de zona tórrida,
Das areias quentes dos desertos,
Sou um peixe anfíscio fóssil
E no meu mar de areias,
Os navios podem atracar,
Com as proas ou com as popas,
Mesmo sem serem anfídromos;
E aquela ansiedade da anforicidade,
A existência do sopro anfórico, morreram;
O ruído anfófico dos meus pulmões,
No meu peito, não me mata a angústia de
Amar; o som que se obtém ao soprar
Numa ânfora ou noutra vasilha
De colo estreito é o som da vida;
O som que se ouve na
Auscultação do peito,
É o som da morte,
Em caso de existência de
Cavernas tuberculosas,
Anfóricas ou pneumotóraxes;
Fui fruto dum amor,
Não sou de proveta,
Nem de tubo de ensaio,
Nem clonado e nem em in vitro;
Não fui cobaia de laboratório,
Um rato de experiência;
Fui fruto duma dor,
Causei dor e sou a dor,
A dor do parto do amor;
A dor humana e não humanoide,
A dor eterna suportável,
Que jorra as lágrimas de alegria,
Que jorra o sangue da hemorragia,
Que não fazemos questão de estancar.

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