sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Nietzsche, No sul; BH, 0310102010.

Num ramo torcido, eis-me suspenso,
E balanço meu cansaço.
É de um pássaro que sou hóspede,
Repouso num ninho de pássaro.
Onde estou então?
 Longe!
Ai, muito longe!

O branco mar adormeceu,
Em sua superfície uma vela púrpura.
Uma rocha, uma figueira, a torre e o porto,
Idílios ao derredor, balidos de ovelhas,
Inocência do sul, acolhe-me!

Andar a passo-que existência!
Esse andar me torna alemão e pesado.
Disse ao vento que me levasse,
O pássaro me ensinou a planar.
Para o sul, sobrevoei o mar.

Razão!
Coisa entristecedora!
Isso nos aproxima demais do fim.
Aprendi voando, o que me iludia.
Sinto a seiva que sobe e a coragem
Para uma vida nova e um jogo novo...

Pensar sozinho é a sabedoria,
Cantar sozinho seria estúpido!
Eis um canto em sua honra,
Sentem-se em torno de mim,
Em silêncio, pássaros maldosos!
Tão jovens, tão falsos, tão vagabundos,

Parecem ser feitos para amar,
E para todos os belos passatempos?
No norte-hesito em confessá-lo -
Amei uma mulher, velha de chorar:
Ela se chamava...
"Verdade"...

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