Mas todos vão morrer, e esta vida orgulhosa,
Que insulta a morte, vai sentir os seus furores;
Os sóis hão de queimar as efêmeras flores,
E o tempo romperá esta ampola vaidosa.
E a tocha que difunde uma chama fumosa,
Na cera apagará do pavio os ardores;
O óleo deste painel perderá suas cores,
E a onda se quebrará junto à praia espumosa.
Dos relâmpagos vi fuzilar o clarão,
E a trovoada que ruge ainda na amplidão,
Onde rebentará, perto ou longe, a tormenta.
A neve que se esfaz, vi deixar de correr
E vi mais de um leão, que agora se apascenta:
Vivei, homens, vivei, mas todos vão morrer.
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