quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Não encontro mesmo nada interessante naquele pássaro metálico; BH, 0130502000; Publicado: BH, 01001002013.

Não encontro mesmo nada interessante naquele pássaro metálico,
Que pelo imenso céu azul adeja; a terra verde não é sua, o céu azul
Não é seu: e tudo ele tem, porque tudo deseja, e no entanto não tem
Nada; não tem nada mais do que eu, que tenho a terra verde, tenho
O céu azul; e pode até me levar, um dia, no bojo dele, porém,  
Prefiro viajar pelos meus pensamentos, prefiro não viver dentro da
Realidade, e à margem do progresso; ainda choro quando abro os
Jornais, e deparo com a situação dos sem-terras, e dos sem-tetos;
Ainda choro quando vejo a polícia a desocupar uma área, onde
Uma família sonhava construir um barracão, e, depois, com a
Intimidação da polícia, com a força, e a ação, tem que destruir o
Barraco, com filhos de colo, crianças, velhos, homens, mulheres,
Desempregados, e perdidos na desesperança, miséria, desgraça, e
Pobreza: abandono, e solidão; no bojo daquele pássaro metálico,
Novinho em folha, tenho a certeza que vai uma boa parte da
Burguesia, da elite, e de gente do governo, que são os três reais, e
Principais inimigos dos miseráveis disprivilegiados; e se estamos
Hoje mais pobres, mais frágeis, mais decadentes, é justamente
Por que eles têm que estar, justamente, ao contrário de nós: mais
Ricos, mais fortes, mais poderosos; não posso sorrir, senão, não
Posso ser solidário, não posso sorrir, pois não vejo motivo, quem
Rir hoje, ou é demagogo, ou é hipócrita, egoísta, insano, idiota;
Não posso rir, pois não tenho motivo para a felicidade, é demais
Para mim, a minha herança social, o meu conhecimento político, a
Minha reserva moral; depois de sair de anos de derrotas, de
Perdas, de fracassos da épocas dos generais, encarar um governo
José Sarney, que soube muito bem envergonhar, e sujar a nossa
História, fazer a política interesseira, fisiológica, de interesses
Contrários aos anseios do povo; e agora sismou de ser um
Imortal, entrou para a ABL, Academia Brasileira de Letras, onde
Com fé em Deus, à minha fé, e honra, nunca farei questão, de
Pôr os pés, para não encontrar com a lama, que José Sarney
Representa, com toda a sua podridão, e sujeira que inseri-lo;
E aí, malgrado meu, tive que engolir a era Collor, do Fernando
Afonso Collor de Melo, e companhia: corrupção, esbanjamento
Do dinheiro público, roubos, e arroubos de um adônis que se
Achava um deus, um máximo para um zé povinho inculto, e
Ávido a aplaudir o falso belo, o cabelo engomado, o rosto
Escanhoado, os ternos importados, casas das dindas, mansões,
Hienas, tubarões, morcegos, piolhos, pulgas, percevejos, ratos,
E outros nocivos à história, ao povo, à herança que carregamos;
Banido o Collor, aguentar o Itamar, o Itamar Franco, meu Deus
Do céu, como resistir à tanta pobreza, e carência de política
Pura, e aplicada? como sobreviver à inércia dum Itamar Franco?
Que entrou, e saiu, não sujou, e não borrou, porém, também não
Brilhou para os anais da nossa história, de nossa saga, tão carente
De homens; vade Itamar Franco, engasgamos-nos na goela com o
FHC, o vulgo Fernando Henrique Cardoso: putrefato; pior do que
Carrapato de jumento sem dono, pior do que carniça abandonada
Por abutres, urubus, açores, e outras aves de rapina, mas que
Preferem uma carne melhor; logo mostrou ao que veio: anistiou
Humberto Lucena, achatou o salário mínimo, vendeu, e vendeu, e
Vendeu; e o dinheiro não deu, sumiu, desapareceu; e acabou com
As indústrias nacionais, delapidou o patrimônio público, desrespeitou
A Amazônia, que ardeu durante vários dias, e não o sensibilizou;
Comprou a reeleição na cegueira do povo, na idiotice, na ilusão,
Na falsidade, na mentira, e usufrui do segundo mandato com mão de
Ferro: a prender, a arrebentar, a ameaçar, a baixar o porrete em
Índios, negros, desempregados, trabalhadores, sem-terras, sem-tetos,
E tantos mais que se dispunham a virar oposição aos métodos adotados
De entrega da pátria; de empobrecimento da nação, e total serventia
Aos especuladores internacionais, ao FMI, Fundo Monetário
Internacional, ao governo dos Estados Unidos da América do Norte,
Que sabem muito bem gerir, e interferir, quando os interesses deles
Não estão em pauta por aqui; e dá dinheiro para que os estrangeiros
Comprem nossas empresas, e o valor pago é devidamente devolvido
Com os abates, e as restituições de impostos, a sair um patrimônio,
Construído com orgulho pelo nosso povo, praticamente de graça, e
Sem encargos; é por isso que penso que chegou a hora de redimir
O Luiz Inácio Lula da Silva; chegou a hora de fazer justiça, e de
Pedir perdões, e desculpas ao Lula: o que o Cid Moreira, o puro, o
Santo, o leitor de Salmos bíblicos, fez com o Lula, foi duma
Tamanha malvadeza, na primeira eleição, depois do Sarney; Cid
Moreira, arrependa-te, peça perdão, e desculpas, de joelhos ao
Lula; Rede Globo, também, é hora de remição, e de arrependimento;
Maluf, Paulo Salim Maluf, que fundia a bandeira do Brasil, com a
Bandeira do PCB, Partido Comunista Brasileiro, e dizia que a
Bandeira do PCB ia ser a nossa nova bandeira, com o Lula eleito;
Seja homem, Maluf, volta atrás, e te desculpa com o Lula; e o Collor,
Que mentiu descaradamente, e que falou que o Lula ia confiscar a
Poupança? foi muita falsidade, ruindade, mentira: Collor, peça tu
Também, perdão, e desculpas ao Lula; e todos aqueles que inventaram
Todo tipo de baixeza, calúnias, aproveitem o clima que o país está a
Atravessar, tomem vergonha na cara, e repitam juntos: Lula, por favor,
Pelo amor de Deus, queira nos desculpar; e Brizola, Leonel de Moura
Brizola, que tanto atrapalhou, mais do que ajudou, a hora é essa, peça
As tuas desculpas, e os teus perdões; pois como disse o Vianna, o
Herbert Vianna, Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou, e os picaretas estão
Aí até hoje, só a votar, e a defender interesses contrários aos do povo,
Vede a votação do salário mínimo em 151, tal governo 171, tal salário 151;
É só o que esse desgoverno tem a nos oferecer: nada, à elite, tudo, ao povo,
Nada, à burguesia, tudo, à nação, nada; aos especuladores financeiros
Internacionais, tudo, ao povo trabalhador brasileiro, nada; que vergonha
FHC, na tua pequenez, tira o chapéu para um grande homem, aprenda a ter
Coerência, ética, equilíbrio com um homem que temes, tens inveja, tens medo;
FHC, na tua insignificância, olhes para atrás, e vejas o brilho que com as tuas
Sombras, com as tuas penumbras, tuas cinzas malditas não irão apagar: LULA.(1)

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