Faz tempo não cuido de sondar a morte,
Faz uns anos
Que não durmo em cama estreita
Que não durmo em horas certas
Que não falo das minhas coisas
Que mais doem no peito
Para as alturas apagadas do céu
No meu vislumbramento de Deus.
Faz tantos anos
Que não cuido de sondar a morte
Nem os ciprestes que europeízam nossos túmulos
E que dão verde durante dias e noites.
Minha cabeça contra os lençóis: quero sumiço.
Faz poucos anos estive chamando por Deus.
Foi tão percorrido o repertório dos meus erros
Que Ele jurou o tempo que durasse minha vida
Não corrigir meus extravios, meus desacatos.
Me termino e Deus ainda é sinistro como eu:
Não decide sobre os meus prazeres, minhas estrofações
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