Rompe-se o dique de um rio
Todo coberto de mortos,
Que vai passando em seu fio
Gentes de todos os portos,
Um turbilhão de acidentes,
Cemitérios que se arrastam
Com destroços, pelos, dentes,
Com tecidos que se gastam
De um morrer mais persistente,
Desse morrer que consome
Até o mais transparente
Que é para o homem seu nome.
Tudo inflando, latejando,
Pulsando sempre mais forte,
Tudo sem onde nem quando:
Naus desprovidas de um norte.
Longe ficaram as ilhas,
Para a angústia dessas naus.
Mais longe, milhas e milhas,
O cais, reverso do caos.
Se o delírio desgoverna,
Antes a imagem de um mar
(Imagem tão pouco terna)
Tome das naus seu lugar.
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