Que silêncio maravilhoso
E não há nada como a reflexão
Na madrugada; montanhês é
Carneiro, vive a ruminar no
Aprisco nos silêncios dos noturnos,
Medita o universo, a luz e a
Treva, inspira na vida uma
Obra de arte e na morte uma
Obra-prima; e quando tudo dorme,
Os espíritos acordam, as almas
Levantam-se, os fantasmas vestem-se
De névoas e aproveitam as reflexões
Dos silêncios da madrugada; são
Amantes dos noturnos, dos poetas
Angustiados, ansiosos que apreciam
A comunhão entre Vênus e a Lua;
E os desesperados acalmam-se, os
Loucos dormem em suas celas, seus
Cubículos sujos e em conspiração,
Não uivam, não rangem os dentes,
Combinam uma confidência e
Não quebram momento tão
Sobrenatural, tão em transe;
Os perdidos que dormem, não
Encontram nada, os sonhos fogem
E ao acordarem, os pesadelos continuarão;
É bom sentir-se envolvido assim, pelos
Braços nus da noite, só em companhia
Da poesia, só debruçado sobre a fonte
Dos desejos, onde nascem os poemas;
E narcisista, em cada traço, em cada letra,
Em cada palavra, ergue um auto-retrato.
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