O Deus abraâmico me abandonou
O Deus do patriarca
Do pai do povo judeu
Deixou-me de lado
Não legou-me a fé
Que legou a Abraão
Nem a força de Sansão a
Coragem de David
A sabedoria de Salomão
Fez-me duma abraçada
Duma braçada de pavor
De medo de covardia
Uma obra sem liberdade
Baía sem saída
Navio fantasma acorrentado
Em ancoradouro secular
Esse Deus que fez-me a bongar
Perder o tino da razão
Endoidecer por não entender
A pequenez de minha fé
Mesquinhez humildade
Qualidades de ser pequeno
Fez o destino aboncar-me
Bater-me com vara cajado
Espancar-me com bengala
Esmocar-me até ao chão
Depois ao ver passar
A primeira manada de porcos
Mandou-me para lá
Cheio de equimoses
Pancadas pela alma toda
Entreguei o corpo à abancadela da terra
O resto já estava perdido
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