Um amor açoriano
Natural das Ilhas dos Açores
Que saiba acoroçoar
Incitar a paz
Animar a felicidade
Encorajar o viajante
Preso com correntes
Nos remos das galaras
Os escravos negros
Trazidos à força
Da costa d'África
Um amor que não quer se acorrentar
Que não queira escravizar
Que corra em socorro
Que saiba acudir
Que saiba dar refúgio
Na hora da procela
Um amor que vai nos acorrer
No negror da noite
Medonha noite de alto-mar
Onde começou a história
Dos tempos do descobrimento
Dos tempos das caravelas das naus
Viagens infinitas sem voltas
Viagens perdidas
Terminadas no fundo do mar
Um amor desconhecido
Que não seja acossador
Que não nos faça passar
Pelo vexame do acossamento
Que não nos venha acossar
Ir ao nosso encalço nas fráguas
Nos perseguir sem tréguas
Nos atormentar dia noite
Um amor que seja
O nosso porto seguro
Onde possamos acostar
Pôr junto um doutro
Encostar sem arranhar
Aproximar sem medo
Apoiar dar apoio
Ser a costa o porto
Navegar em águas tranquilas
Procurar dar amparo
Recostar-se um noutro
Ser da mesma opinião
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