Sou a tua folha embrionária
O teu cotilédone
És o embrião contido na semente
Quero te proteger
Fornecer o teu alimento
Sem o cotiledôneo o embrião morre
É um embrião acotiledôneo
Sem futuro sem passado,
Sem presente sem tempo
Carne sem osso
Osso sem carne sem nervo
Organismo sem intestino
Pois o embrião foi
Para o lugar onde se vende carne
De animais de homens abatidos
Lugar de carnificina
Feito um açougue
Um Instituto Médico Legal
Laboratório de hospital
Bancos de cobaias humanas
De sangues contaminados
Onde os açougueiros vendam as carnes
Vendem os sangues os órgãos
Os médicos legistas
São os proprietários dos açougues
Só o acovardar
Só o amedrontar
Impedem que venham à tona
Todas as denúncias
Dos descalabros com as festas
Formadas ou não
São embriões que ficaram
Nos tubos de ensaios
Depois são jogados
Nas latas de lixo
É acre a verdade
É de sabor picante de azedo
A dor é muito forte
A morte muito viva
Não há medida agrária equivalente
Para enterrar todos os restos de abortos
Só na Inglaterra nos USA
Milhões de seres deixam de ser
São lançados por terra
Feitos adubos de restos humanos
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