O sangue jorra em bicas
A abertura na carne
É dilacerada funda
Correntes sanguíneas
Esvaem-se palas ruas
Paredes portas janelas
Estão todas salpicadas
A chacina foi cruel
Mulheres homens crianças
Todas padeceram
Aos corte de facões
Foices machados enxadas
É um verdadeiro poema sangrento
Poema escrito com sangue inocente
Não se tem ainda
A ideia de quando vai parar
Cada vez mais
Sangue vai jorrar
Meu Deus do céu que vergonha
Estou a sentir agora
Vejo golfo de sangue
A fugir livremente
Da garganta cortada
Daquela criança ali
Estendida no chão
Inda me olha
Senti tudo no olhar
As pálpebras fecharam-se
Tentei chorar
As lágrimas não vieram
Serão lágrimas sem sangue
Dum covarde fraco medroso
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