Sinto medo
O muro ameado da fortaleza
Não me protege direito
A ruela sobre o muro
É escura e sombria
A minha covardia
Não me deixa ir adiante
Não me deixa acordar
No adarve da minha vida
Tenho que me cobrir
Camuflar-me com alguma coisa
Proteger- me me adarvar
Antes que os fantasmas
Venham me pegar
Tenho medo
Tenho medo dos espíritos
Das almas de adarme
De peso antigo medonho
Igual a meia oitava
Calibre de bala de espingarda
Que me levou para o além
Fez-me esta coisa insignificante
Este falso adargueiro fabricante
De adargas inflamantes
Que se servia habitualmente
Da adarga ignorante
O escudo oval
Formado dum coração
Feito de couro de bicho
De lobisomem ou outros
Que sempre povoaram
O meu sonho de criança
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