A mãe acorda,
Olha os filhos,
Um por um;
Não faz barulho,
Ferve água e faz café;
Ferve o leite,
Passa manteiga no pão;
Arruma a roupa das crianças,
Acorda o marido:
É hora de trabalhar;
A mãe é assim,
Desde que acorda,
Até altas horas da noite,
A se mexer o tempo todo;
E o marido a não querer se mexer,
Nem na hora do amor;
Dorme sozinha,
Abandonada e triste;
Nervos à flor da pele,
Nem um beijo ganha;
Assim é a mãe,
Trabalho e miséria e desgraça;
É assim a vida toda,
Filhos e marido e preocupações;
Ninguém se preocupa com ela,
Nem os filhos,
Os filhos estão longe,
O marido a abandonou;
E o enterro foi a rigor,
Nalgum cemitério de indigentes.
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