quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

José Saramago, Passo num gesto que eu sei; BH, 0220202012.

Passo num gesto que eu sei 
Deste mundo agoniado para o espaço 
Onde sou quanto serei 
No tempo que sobra escasso
No outro mundo sou rei 
E o meu rosto de cristal e puro aço 
É o espelho que forjei 
Com suor pena e cansaço
E se o mundo que deixei 
Tem as marcas desenhadas do meu passo 
São baralhas que enredei 
São teias e vidro baço
Tantas provas cá terei 
Tantas vezes do pescoço solto o laço 
Se me sagraram em rei 
Aceitem a lei que eu faço
Vem a ser que o homem novo 
Está na verdade que movo

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