quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Casimiro de Abreu, Assim!; BH, 01º0902011.

Viste o lírio da campina?
Lá se inclina
E murcho no hastil pendeu!
 - Viste o lírio da campina!
Pois, divina,
Como o lírio assim sou eu!

Nunca ouviste a voz da flauta
A dor do nauta
Suspirando no alto do mar?
 - Nunca ouviste a voz da flauta?
Como o nauta
É tão triste o meu cantar!

 - Não viste a rola sem ninho?
No caminho
Gemendo, se a noite vem?
Não viste a rola sem ninho?
Pois, anjinho,
Assim eu gemo também!

Não viste a barca pendida,
Sacudida
 - Nas asas d'algum tufão?
 - Não viste a barca pendida?
Pois, querida,
Assim vai meu coração!

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