domingo, 29 de novembro de 2015

Não reconheceis porém escrevi obras-primas; BH, 0190702013; Publicado: BH, 02901102015.

Não reconheceis porém escrevi obras-primas,
Registrei obras de arte; não faz mal,
Direis que não valem nada, que
São imprestáveis, inócuas, pagãs;
Direis que são profanas, diabólicas,
Demoníacas, do ocultismo; ora,
Direis até que não são obras,
Que faltam retóricas poéticas que,
Faltam classicismos e lirismos;
Gritareis, bem sei, falareis mal
E condenareis e me chamareis
De ateu, renegado e amaldiçoado;
Mas quando era infância,
Pedia benção à minha mãe,
Ao meu pai, às minhas avós, aos meus avôs
E às minhas tias, e ouvia de
Volta um Deus te abençoe; então,
Vossas alegações serão vãs e sem
Esmorecer, continuarei, independentemente,
A libertar das trevas, as minhas obras;
Continuarei, autonomamente,
A parir, a dar à luz, a procriar,
A fazer tudo ao contrário que
Quereis que faça; não serei
Político, polícia, religioso, cidadão;
Não serei catedrático, dramático,
Romancista, magnata; serei um
Versado nas coisas que ninguém na
Humanidade gosta de versar; serei
Simplesmente o que gostais de ignorar,
Não tenhais dúvidas: heis aqui a prova.

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