Perdi densidade e tinha dimensão,
Perdi estrutura e condição, fali
Como pessoa, rastejei como ser humano;
Diminui inescrupulosamente, perdi a
Ética e o comportamento com decoro
E daí, senti dificuldade em existir;
Não foi fácil para mim, queria mudar
E pegava o caminho errado, queria
Consciência e não encontrava a
Porta certa; batia de cara nas
Paredes, nos muros e nos paredões;
Escorregava em desfiladeiros e
Afogava-me em sorvedouros;
Nunca sabia o que queria, o que era,
Quem era, deixei a estatura por
Qualquer coisa; desaprendi com o
Tempo e não ensinei a quem queria
Aprender; virei conjectura na boca de
Lobo e não encontrei ouvido amigo,
Pois não cativei; minha mãe chora
Sozinha no quarto, sei bem, diz que o
Peito dói, e que está ferida por dentro
E quem a escuta são as paredes que a
Aprisionam; gostaria de perguntá-la
Se valeu a pena ser mãe e nunca irá
Negar e no entanto, é negada; quem
Entenderá esses universos insondáveis,
Que negam a si próprios?
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