quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Sempre louco e não há como não ser louco; BH, 0280602013; Publicado: BH, 01201102015.

Sempre louco e não há como não ser louco, 
Ou deixar de ser louco, loucamente, 
Não há cura para a loucura; sempre
Louco e cada vez mais louco, com a
Diferença que, de vez em quando,
Implicitamente e em outras,
Explicitamente mas, sempre louco;
Louco celerado, iluminado e
Louco taciturno, sorumbático, abatido,
Esmorecido, mas louco; e a loucura
Não sara, não cura, não passa e
Com o tempo acentua-se, engendra-se
Intrinsecamente; um dia a loucura
Amua-se num mutismo de pedra,
Noutro é furacão furioso, é ciclone
Tempestuoso, a carregar tudo ao
Redor e quando é preciso fingir
Que não é louco, quando é
Necessário passar por normal,
Cordado, ajuizado, é a tortura
Maior na vida do louco, aparentar
Sanidade, comportamento e
Postura; e faz tão bem, que a
Comunidade aplaude, a sociedade
Elogia e a humanidade o reconhece
Como um semelhante; e o louco só
Deixa mesmo de ser louco, quando
A morte fala assim, num ouvido
Dele, só para ele: hoje tu não passas
De hoje, vim para curar-ter; terás
Apenas um segundo de razão,
Para perceberes, que durante o
Tempo de loucura, nada perdeste.
Por não viveres na sanidade.

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