sábado, 6 de abril de 2019

Escrevo como um exagerado; BH, 060602000; Publicado: BH, 091102011.

Escrevo como um exagerado,
Como um apressado voraz que faz
Um apalpamento antes da hora
Como um metaforista de hipérbole
Que vive a apalpar distraidamente
As mulheres nos ônibus da cidade
Passa pela adivinhação previsão
Por meio de coisas que se apresentam
Inesperadamente à vista
Na apantomancia do apantomante
Do de repente apantomântico apantufado
Que na fuga ao apantufar
Como um tatu apar
Conhecido pelos nomes de
Tatu-bola tatuapara
Sai tudo disforme do forno
Sem aparadelas de arestas
Sem aparar as paráfrases
Que vai quebrar de contra
O aparcelado do mar
Cheio de recifes escolhos
Que mesmo à noite seja aparecente
O fantasma seja visível
O choque torna-se inevitável
Ao deixar o homem aparrado
Semelhante palavreado vão
À parra de atarracado troncudo
De teor baixo e largo bruto
Mas quando num aparreirado
Num cercado de parreiras
À feição do que vai aparreirar
Plantar cercar cobrir
Sem a apartação da terra
Sem separação da raiz
A desunião do elo
O semeador não é o separador
Não é o apartador que quebra
O ciclo vital da natureza
Que faz a árvore sangrar chorar
Tal uma ferida em carne viva

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