Não esperais por mim que não vou
Almas do além que chamais-me incansavelmente
Tenhais paciência espíritos conflitosos
Seres das neblinas escuras sombras das geleiras
De trevas ides sem mim ao Hades em fim
Por enquanto permanecerei aqui
Depois me reunirei a vós mesmo que seja
Contra a vontade de todos nós não
Esperais por mim teimosas guardiãs dos
Portais da vida da morte ides aos teus
Recantos santos forjados em úteros
Profanados não compartilharei convosco
A ceia da bacanal não provarei
Dos acepipes dos vinhos que foram
Consagrados aos deuses amanhã no
Despertar da aurora levarei uvas frescas
Aos vossos altares refrescais a boca com
Hortelã como a virgem ao umedecer com a
Saliva os lábios tostados pelos beijos
Do noivo amante ides ides vagais pelos
Universos entre céus infernos ides
Mundos esperam a luz a pulsação do
Coração o que reina é a maldade reina
A escuridão as flores do mal nascem
Nos jardins da primavera tétrica florescem
Sempre pois os corações são torrões
Tenebrosos compostos de carvões
Carbônicos fossilizados diamantes
Apagados antes do nascer da noite
Com a sua boca voraz
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