Ai meus poemas meus poemas meus poemas
Esgotados superados sem rimas métricas
Antiquados poemas ultrapassados que não
Vingam por mais fértil que seja o terreno onde
São lançados o semeador inda não soube
Escolher uma ceara que não tenha espinhos
O semeador teima em os lançar nos desertos
No meio das rochas num canteiro de pedras
Machucam-se feridos não sobrevivem à
Modernidade à cultura ao meio das obras de
Arte das obras-primas ai meus poemas
Meus poemas meus poemas póstumos quem
Os aditarão no futuro? quem os protegerão?
Nasceram órfãos inválidos capengas
Nasceram com síndromes esquizofrênicos
Mancos nasceram com pânicos trágicos
Elegíacos quem os carregarão nas costas
Os amamentarão os jogarão às luzes da
Ribalta? meus bons maus companheiros
Temo por vós não gostaria de ver-vos
Extintos meus bons maus amigos das
Mais diversas adversas horas nunca
Abandonais-me vos abandono mendigos
Indigentes sem tetos sem terras inapto
Faço-vos inaptos fetos acéfalos
À espera do aborto fatal
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