Não posso dormir sem escrever meu
Atestado de óbito diário não posso
Sonhar sem o meu ato fúnebre
Texto féretro para compor meu
Ataúde literário mórbido não
Posso ir para a cama sem as
Minhas memórias noturnas
Póstumas são os meus castigos
Minhas penas privações as
Incumbidas que os espíritos me
Dão as tarefas que as almas
Os fantasmas ditam para mim
Não posso ir para a cama sem
Registrar as mensagens são
Milhares de recomendações pedidos
Que nem consigo atender a todos
Quando durmo sem uma letra
Uma palavra a esses entes ou dessas
Entidades a mim não me deixam fechar
Os olhos em paz à toda hora abrem as
Minhas pálpebras com guindastes
De levantar containers tento
Fazer o meu desempenho da melhor
Maneira possível apelo ao vampiro
Dalton Trevisan ao corvo Poe
Ao cego Borges fico a dever
Por não saber escrever contestar
Aos meus mortos exigentes
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