sábado, 23 de maio de 2015

Joaquim Francisco da Silveira, 760, 3; BH, 0260602012; Publicado: BH, 0230502015.

Para mim a salvação é uma inovação, é o
Que é moderno, algo novo e que não passou
Pela mente de nenhum ser vivo; para mim a
Saída é justamente a entrada, a chegada
É a ida, o tudo é o nada e o nada é o
Tudo; para mim é o humano que tem que decidir
O destino da humanidade; para mim a solução
É uma pergunta, a resolução é um problema
E a resposta não é a chave que abre todas
As portas; para mim a poesia é uma rua
Deserta de madrugada e o poema é o
Vento a bolinar as flores no jardim; e a aragem
Da noite que não deixa o silêncio dormir?
Sempre a arrastar uma folha caída dalgum
Pé de árvore, sempre a levar para longe
Um pedaço de papel de jornal, um graveto
Perdido e o latido dalgum cachorro
Num quintal distante; para mim que
Procuro, a perfeição é a imperfeição que
Persegue-me pelas sendas da vida; e se alguém
Sabe, sim, não sei não; o certo não vem,
A palavra fica muda e a letra cai de moda;
Para mim é um mistério indecifrável,
A coisa mais simples que poderia imaginar;
Complico um viver, faço a noite ser mais
Escura e a madrugada mais triste,
Solitária e silenciosa: é um sufoco.

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