Tenho que isolar-me ficar à parte
Das coisas boas ser retirado do
Meio do trigo como um joio
Não sou um Rubem Fonseca
Mas preciso afastar-me eremita
Sair do meio da sociedade
Tenho que ilhar-me elefante
Solitário à procura de cemitério
Para repousar para morrer em
Paz quero ficar à margem dos
Fatos sozinho a sós comigo
Os esqueletos ancestrais
Fossilizados que trago dentro do
Guarda-roupas sujas do meu
Peito aos subterrâneos já aos
Recantos aos regatos aos
Riachos aos lençóis freáticos
Virarei semente de novo raiz
Nascente manancial estarei no
Alto dos montes onde só os
Ventos vão não causarei
Nenhum dano às dunas às
Geleiras às camadas que
Envolvem o planeta nem as
Poeiras que pisarei as pedras que
Sustentarei ou repousarei a cabeça
Se lembrarão de mim nem vestígio
Meu ficará para moldura de obra
Primata pendurada em paredes de
Museus de malasartes anônimas
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