segunda-feira, 31 de agosto de 2015

MIKIO, 128; BH, 0310302013; Publicado: BH, 0310802015.

Sempre de frente para um muro um
Paredão de fuzilamento de costas
À realidade quem fuzila é a mídia
A velha mídia preconceituosa falsa
Moralista sonegadora racista
Reacionária fascista o muro oprime quem
Não se adapta ao mercado massacra
Quem não se ajoelha diante do altar
Sempre na vida dos livres há um abismo
Retiram a ponte quebram a escada
Depois quebram as pernas decepam
As mãos querem a todos cães calados
Como se usassem baionetas caladas
Nos idos apoiaram as ordens unidas
Engraxaram coturnos soturnos lamberam
Botas sujas de sangue fazem de tudo
Para matarem a História calar o povo
Exterminar o trabalhador se um muro rui
Vem abaixo logo erguem outro mais potente
Constroem-no mais poderoso quase
Plenipotenciário intransponível pagam
Bem aos vassalos enganadores holofotes
Aos manipuladores tapetes vermelhos
Aos exércitos arianos plastificados capas
De revistas páginas de jornais closes
Nas tvs tudo que possa iludir criar um
Ignaro mais paredões mais muros
Mais fuzilamentos mais torres de Babel
O limite é alcançar o céu enquanto a
Alma é de papel a eternidade é aqui
Em alguns momentos de ilusão a
Fila precia andar a luz não pode se
Apagar mas a luz é fictícia é uma luz que
Cega não a que ilumina os caminhos

MIKIO, 129; BH, 0310302013; Publicado: BH, 0310802015.

A maior melhor escola da vida é a
Natureza quem quer brincar crescer
Aprender a viver amar é observar a
Natureza não há universidade maior
Não há faculdade melhor do que as que
A natureza nos oferece foi assim que
Surgiu a filosofia com os homens a
Perscrutarem a natureza a auscultarem
O universo a contestarem a si próprio
Não há cátedra igual ao aprender com
A natureza ao crescer com o universo
Aprende-se a brincar voltou as costas à
Natureza desprezou o universo é o fim
Do aprendizado é a perpetuação da
Obtusidade é o empoderamento da
Absurdidade da doença da ignorância
Que torna-se crônica a cura da estupidez
Não é realizada falar com um sabiá
Conversar com um bem-te-vi sentir a
Chuva fitar o firmamento são aulas
De segurança garantia confiança são
Aulas de crescimento de doutorado de
Pós-graduação na natureza no universo
Phds puros só ases de como se deve fazer
As coisas ficar ao pé dum rio não há
Preço sentar numa pedra à beira-mar
Num vão duma ponte o que paga isso? nada
Ficar sem fazer nada sem ver acontecer?
Nada paga pois o que querem que aconteça
É o que vai de encontro à natureza
Vai de choque contra o universo é o
Que querem que aconteça é o fim das
Civilizações ficar sem fazer nada para
Que nada aconteça pode ser a salvação

MIKIO, 130; BH, 0310302013; Publicado: BH, 0310802015.

Só não morri de mentirinha ainda
Não sei porque de verdade já morri
Várias vezes toda vez que ressuscito
Num dia morro noutro para ser
Algo num dia noutro para ser
Coisa nenhuma bastei não existir
Num outro lado da não existência
Do não ser não morri pois não era
Para morrer é só ser ser a morte
Que é forte que arrasta até quem
Está amarrado no forte toda vez
Desacordado sou desencarnado
Desossado depois de dissecado no
Buraco da lobotomia fugiram todos
Os meus pensamentos escaparam as
Minhas Ideias evadiu-se a minha mente
A amnésia entrou o que era de
Lembranças recordações memórias
Tudo apagou-se encontraram-me
A vagar a comer poeira a beber chuva
Coberto de pó que transformou-se em
Lodo ferrugem na pele com todos os
Órgãos enferrujados as juntas rangiam-se
Como se fossem rilhadas por dentes afiados
Ao pisar tábuas velhas estalavam em mim
Taquaras pocavam de ressequidas folhas
Secas soltavam-se mortas vazias
Desprovidas de letras de palavras era
Livro sem páginas nunca lido não era
Esconderijo de poesias de poemas órfãos
Perdidos autor nenhum queria adotar o
Que não era uma obra-prima obra de arte
Da porta vi o caixão na mesa da sala todos
Em volta carpiam o que não estava morto

MIKIO, 131; BH, 0310302013; Publicado: BH, 0310802015.

Chove na cidade porque não chove
No sertão? o sertão pede chuva igual
Amor pede o meu coração meu coração
Também é sertão é árido arenoso as
Criaturas fogem as criações morrem de
Sede os rios secam os cactos proliferam
Quanto mais amor pede o meu coração
Mais o amor se distancia chove na cidade
Deveria chover em meu coração
Deveria chover em meu sertão para
Chorar como ficou difícil chorar a
Seca é tão trágica que as lágrimas se
Evaporaram chove na cidade não
Chove no sertão não chove em meu
Coração com tanta terra a querer
Florir com tanto pomar a querer
Frutificar com tanto jardim a querer
Cobrir-se de verde com tanta
Plantação a querer alegrar ao velho
Sertanejo não chove no sertão
Está tudo ali é só cair uma aguinha
Isso vira um paraíso é uma gotinha
De sangue este coração vira
Menino sai a correr pelos campos
Chove na cidade a água molha as
Calçadas empoça nas ruas os
Carros jogam água nas pessoas todos
Molham-se nenhum sente a chuva
Essa chuva não faz sentido aqui na
Cidade correm da chuva reclamam
Da chuva expulsam-na da cidade
É uma chuva urbana prefere cair
Aqui não vem ao meu coração não
Vai ao sertão onde teria todo o sentido

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

MIKIO, 132; BH, 030302013; Publicado: BH, 0280802015.

Domingo está todo mundo na sala
Na frente da TV estou aqui neste
Quintal perante o universo a
Escrever não perco meu domingo
Por nada nesta vida, na frente
Da televisão procuro um universo
Alternativo um lazer paralelo a
Alegrar meu coração não empobreço
Meu domingo de jeito nenhum até o
Futebol sim que tanto encantava-me
Mandei para as cucuias pois depois
De perceber que mesmo na frente
Da TV estava a fazer parte dos
Bandos estúpidos das torcidas ditas
Organizadas desliguei de vez a TV
Sinto-me mais feliz escrevo poemas
Descubro poesias no lixo do terreiro
Nos ciscos nos gravetos nos muros
Seus habitantes passei a observar mais
A natureza os besouros os mosquitos as
Moscas as abelhas percebo as aranhas os
Piolhos de cobra as lagartixas taruiras
Os passarinhos os sabiás os bem-te-vis
Pardais rolinhas as garças da Lagoa da
Pampulha os marrecos os gansos patos
Do Parque da Laga do Nado descobri um
Outro mundo que a televisão cegava-me
Sinto-me livre sinto a liberdade sem a
Consciência pesada o domingo agora é
Todo meu as ruas as calçadas das ruas
Até os bairros parece que é tudo meu a
Cidade também que alegria maior do que
Esta? estas letras estas palavras estas
Linhas de autonomia dominical

Fundo de Quintal e Dona Ivone Lara - Tendência

MIKIO, 133; BH, 0310302013; Publicado: BH, 0280802015.

Minha vida é quebrar a cara
Pensar errado não acreditar não
Ter fé há horas que ajo como um
Verdadeiro herege autêntico ateu
À toa quebro a cara ajo errado vivo
Torto e quebro a cara de novo pensei que
"As Patagônias" iriam estourarquebrei
A cara pensei que "Os Noturnos" iriam
Despertas as pessoas quebrei a cara
Pensei que "Os Nova-limenses" iriam
Transformar-se em ouro como o
Ouro da Mina de Morro Velho que os
Ingleses roubaram quebrei a cara
Os ingleses não quebraram a cara
Tiraram todo o nosso ouro deixaram
Uma série de mineiros doentes além
De nos exilar em nossa própria terra
Mas o colonizador nunca quebra a cara
Quem quebra a cara é o colonizado
Como quebrei a minha durante toda a
Vida se ainda pensasse certo andasse
Direito saísse das sombras procurasse
A luz deixasse a penumbra valeria
A pena quebrar a cara todo dia quebrou
A cara mas tentou acertar quebrou a
Cara mas competiu teve fé acreditou
Quebrou a cara mas andou direito
Procurou fazer a coisa certa enxergar
Experimentar ter curiosidade ousar
Ter audácia ousadia coragem
Enterrar a covardia mesmo viva;
Quebrou a cara mas é ser é gente o
Triste é quebrar a cara sem enfrentar
O destino abrir um caminho dobrar
Uma esquina aleatoriamente sem
Conhecer o que vem à frente

MIKIO, 134; BH, 020402013; Publicado: BH, 0280802015.

Penso que vivo em dois Brasis um Brasil
Real que vivo nele com grandes problemas de
Trânsito saúde segurança mobilidade como
Sinto no dia a dia ao sair para trabalhar um
Brasil em que muitas vezes a total ausência
Do estado é sentida em níveis federal estadual
Municipal é só andar um pouco pelas ruas
Das cidades subúrbios rurais em que bem ou
Mal sobrevivo igual aos milhares doutras
Pessoas penso onde é que vivo no Brasil
Irreal o Brasil dos colonistas das calunistas do
PIG Partido da Imprensa Golpista aonde anda
Esse país dos articulistas comentaristas dos
Profetas porta-vozes do caos? procuro
Não encontro esse país fictício que a mídia
Tenta criar tenta nos insuflar numa tentativa
Sórdida desesperada de trazer ao poder o
Grupo que o povo trabalhador brasileiro
Defenestrou o povo não quer mais saber de
Gente do tamanho dum FHC vulgo
Fernando Henrique Cardoso um anão podre
Que posa de vestal o povo não quer mais
Saber de José Serra Aécio Neves Geraldo
Alckmin não adianta a velha medieval mídia
Ressuscitar esses defuntos quem ficar do
Lado dessa gente será enterrado junto uma
Parte da burguesia outra parte da elite querem
Voltar à era na qual esse grupo esteve no
Poder só se for por muita maldade no coração
Muita ruindade na alma preconceito mas nosso
Brasil dará certo torça contra quem quiser
Acredito mais uma vez venceremos o
Pânico desses protagonistas das eras malditas

terça-feira, 25 de agosto de 2015

MIKIO, 135; BH, 020402013; Publicado: BH, 0250802015.

Para que a necessidade de tamanha
Projeção tanta exposição na mídia
Vender o corpo porque que o corpo
Vende a mente não? as pessoas
Precisam mostrar-se aos holofotes
Despir-se aos fotógrafos aparecer em
Colunas sociais revistas eletrônicas há
Necessidade disso? modelos artistas
Famosos jogadores de futebol atletas
Cantores sertanejos pagodeiros
Âncoras de TVs animadores de
Auditórios o que leva tanta gente a
Querer assim aparecer uma mais do
Que as outras? chegam a pagar fortunas
Por algumas capas algumas páginas
Em revistas de futilidades fofocas
Compram caro entrelinhas tapetes
Vermelhos homenagens festas títulos
Há os que inda pagam as medievais
Induções usam de práticas feudais no
Comportamento de vida ou numa
Aspiração ao poder vendem as
Almas dos pais vendem a alma do
País em busca dum lucro fácil duma
Vantagem por mínima que seja
Querem ter de tudo ao mesmo tempo
O tempo todo querem estar em
Todos os lugares em todas as festas
Recepções shows estreias querem
Estar em todos os lugares ao mesmo
Tempo o tempo todo ser vistos
Aparecer mostrar ser mostrados no
Frenesi da rotatividade num piscar
De olhos são esquecidos esquecem
Dum dia para o outro caem no limbo no
Ostracismo não querem síndromes
Pânicos depressões na reta final como? como?

MIKIO, 136; BH, 020402013; Publicado: BH, 0250802015.

Não é mais preciso fazer poema se o
Firmamento é um poema azul anil a
Tarde fica azul doutro tipo com o voo
Singelo da borboleta azul celeste não
É preciso fazer poema se a noite é azul
Escuro madrugada é azul marinho a
Nos brindar com um dia azul claro o
Pássaro é azul azul azulzinho azulão
Quando está no muro o calango fica
Azul esmeralda quem olhar ao redor a
Enxergar tudo azul não faz mais poesia
A vida é azul a morte é azul o universo é
Azul quando a música toca aos corações
Não toca aos ouvidos olvidos moucos a
Música é azul universal o mar é azul
Oceano quem entra no oceano fica azul
Maresia quem morre no mar morre azul
Doce não é preciso mais de literatura a
Letra é azul clássico a palavra é azul raro
A literatura supérflua passa a ser azul
A esperança é verde madura é azul o
Horizonte é azul o infinito é azul Deus
É azul o amor é azul a paz é azul o sol
Quando nasce é azul a criança é azul
Pois toda criança é anjo todo anjo é azul a
Criança é anjo azul não não mais aborrecerei
Aos incautos com poesias piegas poemas
Simplórios quando quiser um poema
Quando quiser uma poesia espalho
Em volta os meus olhos espalho ao redor
Minhas vistas o meu olhar se tornará azul

MIKIO, 137; BH, 040402013; Publicado: BH, 0250802015.

A humanidade tem o costume de
Abandonar seus líderes desde Jesus
Cristo é o costume do mundo deixar
Na mão seus libertadores a raça
Humana não preza pelos que dão a
Vida pelos seres humanos Jesus Cristo
Que só pregou o amor a paz foi preso
Torturado crucificado totalmente
Abandonado pelo povo que amou
Curou alimentou a fileira dos que
Sofreram pelo povo depois foram
Desprezados é imensa Che Guevara
Patrice Lumumba Steve Biko Tiradentes
Marighella Lamarca é uma vasta lista
De nomes de mentes muitos
Caíram em desgraça com a ajuda da
CIA do FBI aos seus inimigos
Muitos desses líderes foram trucidados
Por combaterem o colonialismo a
Agregação dos seus países à colônia
Um exemplo se Fidel Che libertadores
De Cuba tivessem encontrado todo o
Povo em apoio à Revolução não
Precisariam ter mandado tantos ao
Paredon mas no meio do povo há os que
Mesmo a sofrerem anos de subjugação
Quando são libertados inda demonstram
Fidelidades aos antigos opressores
Pregam princípios contrários aos que
Lutaram lutam pela independência
Liberdade ou algo assim aí não há jeito
Não querem a ruptura com o antigo
Dominador são passados na bala
Há sempre os que torcem contra as
Liberdades a democracia a independência
Do próprio país do próprio povo com
Esses judas se não forem combatidos
É que começam as ruínas dos líderes

Acordei bruscamente dum sonho cavernoso; BH, 0240802015; Publicado: BH, 0250802015.

Acordei bruscamente dum sono cavernoso
Para entrar num pesadelo deparei da
Janela do meu quarto na praça em pleno
Século XXI com inúmeros dragões hidras
Titãs ciclopes polifemos gigantes medusas
Bichos de sete cabeças medeias vários dos
Monstros outrora adormecidos a bradarem
A volta do militarismo saudações nazistas
Pedidos de intervenções de nações
Alienígenas na nossa nação machismo
Explícito misoginismo selvageria linchamentos
Terrorismos preconceituosos racismos
Atentados violentos ao pudor homofóbicos
Estranhei onde estava estranhei a minha
Casa a minha rua o meu povo como
Conviver com quem pede o fim da democracia
A abolição dos direitos humanos com agressões
À soberania o impedimento da cidadania?
Como conviver com quem conspira descaracteriza
A Inconfidência inconfidente para apoiar um
Golpe de estado? fiquei assustado com o
Alicerce abalado de medo prostrado pois
Políticos descarados desprovidos de princípios
Pegaram caronas nos ecos desses malditos gritos
Gritos contra as cotas raciais bolsa família
Prouni pronatec minha casa minha vida
Muitas outras vitórias do povo trabalhador
Brasileiro a burguesia a elite federam
Ficaram roucas ficaram loucas crentes no
Credo do quanto pior melhor pois voltariam
A lucrar com as derrocadas do governo do
Povo que sustenta o governo mais uma vez
Quem vencerá é quem só acredita no Brasil
No seu povo mais uma vez sairá vitorioso o
Partido dos Trabalhadores mesmo com todo o
Ódio pregado agregado por seus opositores

MIKIO, 138; BH, 040402013; Publicado: BH, 0250802015.

Ruptura há de haver uma ruptura
Um rompimento romper com os
Padrões com o normal é o essencial
Uma ruptura radical pôr abaixo
Os conceitos os preconceitos o
Sistema ocasional há de haver
Uma revolução uma nova ordem
Conceitual mudar a estrutura
Mudar inclusive o regime alimentar
Para um alimento mais substancioso
Nutritivo mudar o sistema educacional
Com mais comprometimento
Cultural é a evolução que exige
Uma ruptura total com o atraso
Atraso na saúde na cidadania
Na democracia na soberania
Ruptura total com a estupidez a
Ignorância bizarrice bisonhice
Ruptura geral da imbecilidade
Da mediocridade há de haver
Uma ruptura da política nefasta
Corrupta corporativa fisiológica se
Não houver estas rupturas não haverá
Liberdade independência autonomia
O povo precisa romper o cordão de
Isolamento a faixa que impede o
Cruzamento a caixa-preta dos
Segredos dos mistérios que
Mantêm o povo no cabresto há de
Haver uma saída de emergência
Para o rompimento a lâmina
Afiada do poder do povo para
Cortar a força de gravidade a
Nos fazer voar para o seio duma
Sociedade melhor

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

MIKIO, 139; BH, 040402013; Publicado: BH, 0240802015.

Desconheço-me não há como conhecer-me
Não há tese a meu respeito teoria ensaio
Ou tratado desconheço-me não há uma
Nota explicativa sequer um manual de uso
Ou um passo a passo não há como
Reconhecer-me qualquer um sabe de tudo
A respeito de si não sei de nada a respeito
De mim se soubesse viveria melhor
Comigo mesmo desconheço-me não há
Como conhecer-me penso ser complexo
Demais sistemático complexado não
Há processo normativo para colocar em
Bom andamento o meu desenvolvimento
Como não tenho prática em mim demoro a
Acostumar comigo não desvendo-me
Não tiro a tarja preta das vistas sou um
Osso duro de roer na tentativa de
Conhecer-me como não tenho
Experiência em mim quebro a cara
Ingenuamente será herança genética? será
Legado de hereditariedade? será carga dos
Meus ancestrais que terei de carregar? será
As amarras dos meus antepassados? será
Que morrerei sem descobrir ou descobrirei
Antes de morrer? sinto-me inda encoberto
De manto nalgum lugar inacessível
Tudo para dali não passo quando dou-me
A pesquisar não avanço nem dentro nem
Fora nem em cima nem embaixo todo
O universo teima em que conheça-me
Todo dia de manhã vem dar-me uma nova
Oportunidade a deixo fluir de minha
Alma, quando chega a tarde

MIKIO, 140; BH, 0250402013; Publicado: BH, 0240802015.

Acabou-se o que era doce vi-me
Da noite para o dia com as calças
Nas mãos os pés rotos no chão as
Botas desbotadas encostadas no
Canto da parede quem num dia
Era rei noutro virou mendigo a
Pechinchar na xepa da feira a
Pedir pão dormido nas padarias
Passei não mais a viver a poesia
Não mais a fazer aquela oração
Do pão nosso de cada dia dá-nos
Hoje a fé escafedeu-se de mim
Como um raio que parte duma
Nuvem carregada aquele porto
Donde sorrateiro observava o
Universo aquele outeiro onde
Permanecia alerta estátua
Como um colosso a guarnecer
As entranhas das galáxias vi-me
Desprovido dele nu com as
Vergonhas à mostra sem reação
À deposição de minha autoridade
Ouvi vozes desconfortáveis que
Indignadas reprovavam a minha
Decomposição aleguei que faria
Uma nova experiência que
Como um pensador de Rodin
Encontraria a pedra certa para
Apresentar a bunda que talvez até
Mais vestimentas apropriadas para
Esconder as vergonhas ora transformadas
Em banhas isso é no que dá ser passional
Patético amador o universo pede
Sem sentir este pobre observador

domingo, 23 de agosto de 2015

MIKIO, 141; BH, 0250402013; Publicado: BH, 0230802015.

Bem que alguém deveria ter gritado
Da esquina cheguei ao fim da rua
Nem um grito ouvi vacilei antes de
Seguir em frente pensei em olhar
Para atrás o coração suspenso
Às minhas costas só o silêncio
Nenhuma alma acompanhou-me
Nenhum anjo postou-se ao meu lado
A escada não ia até o céu terminava
Numa parede ao alto não havia
Porta pensei que alguém poderia
Ter me gritado como fui ingênuo
Uma criança inocente desci para
A praça sempre a imaginar que
Coisas reais aconteceriam que a
Realidade viria ao meu encontro
Que a liberdade me elevaria à
Condição de entidade superior no
Corredor que mais parecia um túnel
As luzes não estavam acesas
Inseguro andei como se pisasse
Em águas profundas era grande
O medo de afundar a covardia
Distanciava-me da fé faltou-me
Tudo que falta num grito de ânimo
Ao oferecerem-me uma chave não
Abri a porta o desconhecido como
Um imã poderoso paralisava-me
Meus ouvidos queriam ouvir uma
Voz um chamado de volta já
Encontrava-me no meio do
Pântano o lodo pela cintura
Meus ouvidos queriam ouvir o
Grito que alguém poderia ter gritado

MIKIO, 142; BH, 0260402013; Publicado: BH, 0230802015.

Meus membros estão fracos cansados
Nenhum poeta já se sentiu tão
Cansado tanto quanto sinto-me
Cansado agora é um cansaço de 
Não suportar uma pena que pesa
Toneladas uma pena que não
Traça uma letra não rabisca
Uma palavra a mão que tenta a
Segurar está flácida mão de
Velho decrépito mão trêmula
Que mete mais medo do que dá
Alguma garantia é uma mão
Sem serventia não deixa sentir
O braço impede a respiração
Como? não sei mas percebo a
Dificuldade de respirar pelo cansaço
Que causa-me quem é mais
Cansado do que sou neste mundo? não
Suporto a cabeça erguida mantenho-a
Pendente às custas para a frente é
Uma cabeça tontinha de chumbo
Dói-me suportá-la no meu
Eterno cansaço quantas letras
Fazem um homem existir? quantas
Palavras formam um ser? quantas
Páginas são necessárias na
Composição duma vida? que
Cansaço é este meu Deus? o que
Fazer para viver brevemente?
Viver levemente como uma
Brisa que sopra do mar? como
Um vento tênue que vem numa
Tarde acariciar as pétalas das
Rosas dos jardins das vizinhanças

MIKIO, 143; BH, 0250402013; Publicado: BH, 0230802015.

O ser mais morto que vi na minha
Vida foi quando olhei no espelho
Nunca havia olhado num espelho
Como olhei nesse dia olhei com
Agonia com ansiedade de morto
Com cansaço de corpo que tem
Que ser carregado ladeira acima
Olhei no espelho de noite
Do lado de dentro vi uma
Assombração um sobrenatural
Oculto que normalmente não
É visto por quem é vivo só
Por quem é morto o ser mais
Morto que vi na minha morte
Foi quando olhei no velho
Espelho do meu quarto era
Noite sem luar a luz do quarto
Não estava acesa senti medo
De mim fantasma sentir
Medo de alma penada cadáver
Em pânico? não são as revoluções
Dos vermes no banquete das carnes
Réquiem? não são os vermes
A furarem os ossos do esqueleto
Não sabes fazer nada? alguém
Perguntou-me detrás da porta
Para que saber nesta altura dos
Acontecimentos? desculpei-me
Como sempre por minhas inaptidões
Essa caneta de tinta de sangue?
Não é caneta é um pedaço de
Osso essa folha de papel? não
É folha de papel é um pedaço de
Pele fresca narrarei meu testamento

NOTA À IMPRENSA, OPS, AO PIG, PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA.

Nota à imprensa



1 – A decisão tomada pelo Ministro Gilmar Mendes em relação à prestação de contas da campanha da presidenta Dilma Rousseff será devidamente questionada no TSE. Desde o final do segundo turno eleitoral, outros três processos estão em curso na Justiça Eleitoral, com o claro objetivo por parte do PSDB de questionar uma vitória eleitoral conquistada legitimamente na eleição presidencial de 2014.

2 – Mais uma vez, líderes oposicionistas procuram, a partir de processo judicial criar, de forma oportunista, um factoide político completamente descabido. Aliás, o PSDB chegou a solicitar até mesmo uma auditoria das urnas eletrônicas, que são sabidamente seguras.

3 – Reitera-se, novamente, que todos os recursos financeiros utilizados na campanha da presidenta Dilma Rousseff foram arrecadados de forma absolutamente legal e lícita. As contas de campanha da presidenta Dilma foram aprovadas por unanimidade pelo TSE, com parecer favorável do procurador eleitoral do Ministério Público Federal, após rigorosa auditoria.


4 – Felizmente, o Brasil é uma democracia sólida e aqueles que perdem as eleições devem respeitar o resultado das urnas.


Edinho Silva

Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom)

terça-feira, 18 de agosto de 2015

AS PALESTRAS DE LULA:


A partir do Instituto Lula:

AS PALESTRAS DE LULA: A VIOLAÇÃO DE SIGILO BANCÁRIO DO EX-PRESIDENTE FOI UM ATO CRIMINOSO


São Paulo, 18 de agosto de 2015,

Em sinal de respeito à sociedade brasileira, que merece receber informações corretas e verdadeiras, divulgamos a relação das empresas e instituições que, desde 2011, contrataram palestras do ex-presidente Lula no Brasil e no exterior por meio da empresa LILS Palestras e Eventos Ltda. 

Trata-se de uma atividade legítima, que Lula exerce legalmente desde que deixou a Presidência da República, a exemplo de outros ex-presidentes do Brasil e de outros países, e personalidades de destaque como esportistas, artistas, jornalistas, cientistas. 

De 2011 até hoje, Lula fez 70 palestras contratadas por 41 empresas e instituições, sendo remunerado de acordo com sua projeção internacional e recolhendo os devidos impostos. 

No mesmo período, o ex-presidente participou, gratuitamente, de mais de 200 conferências, palestras e encontros promovidos por sindicatos, movimentos sociais, partidos, governos e instituições multilaterais, no Brasil e no exterior, sempre em defesa dos interesses nacionais, da paz mundial, estimulando o combate à fome e à pobreza.

Mesmo se tratando de contratos que preservam a privacidade das partes, julgamos necessária sua divulgação neste momento, para esclarecer distorções, manipulações e prejulgamentos em torno dessa atividade e das empresas contratantes, como vem ocorrendo por meio de reportagens, artigos e até editoriais na imprensa. 

As palestras de Lula foram contratadas por algumas das maiores e mais respeitadas empresas de vários setores econômicos, do Brasil e do mundo. Por exemplo: Microsoft, Itaú, Infoglobo, Santander, Ambev, Telefónica, Iberdrola e Telmex.

O ex-presidente Lula e a empresa LILS solicitaram ao Ministério da Justiça, ao Ministério da Fazenda e à Procuradoria-Geral da República que apurem, na competência de cada instituição, as responsabilidades pela violação criminosa do sigilo bancário da LILS, violação que atinge não só um ex-presidente da República mas toda a sociedade brasileira. 

Dessa forma, o ex-presidente Lula e o Instituto Lula estão certos de contribuir para o esclarecimento da verdade, a defesa do estado de direito democrático e a garantia dos direitos constitucionais de todos os cidadãos brasileiros.


LISTA DAS EMPRESAS QUE CONTRATARAM PALESTRAS DE LULA ENTRE 2011 E 2015: 

. ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industriais
. Associação de Bancos do México
. Abras – Associação Brasileira de Supermercados
. ALL América Latina Logística
. Ambev
. Andrade Gutierrez
. Banco Santander
. Bank of America
. BBVA Bancomer
. BTG Pactual
. Camargo Corrêa
. Centro de Estudos Estratégicos de Angola
. CFELG – Centro de Formacion y Estudios en Liderazgo y Gestion (Colômbia)
. Cumbre de Negócios (México)
. Dufry do Brasil
. Elektra
. Endesa
. Gás Natural Fenosa
. Grupo Petrópolis
. Helibrás
. Iberdrola
. IDEA (Argentina)
. INFOGLOBO
. Itaú BBA
. LG
.Lojas Americanas
. Microsoft
.Nestlé
. OAS
. GDF Suez Energy Latin America 
. Odebrecht
. Pirelli
. Queiroz Galvão
. Quip
. Revista Voto
. Sinaval
. Telmex
. Telos Empreendimentos Culturais
. Terra Networks
. Tetra Pak
. UTC

MIKIO, 144; BH, 030502013; Publicado: BH, 0180802015.

Ezra Pound escrevia os poemas num estilo
e e cummings noutro Tristan Tzara
Também cada um procurou encontrou
Uma maneira de fazer uma obra-prima
Walt Whitman que tanto encantou Fernando
Pessoa que tanto encantou-me tanto
Quanto Vladimir Maiakovski o estilo é
Assim um encantamento sem fim a poesia
Uma fada encantada que todos queremos
Conquistar o tema uma varinha de condão
O sonho dum pseudo poeta é tornar-se
Um poeta ser dono dum estilo admirar
A própria obra-prima se satisfazer com a
Própria obra de arte mas enquanto a
Natureza zombar de mim este firmamento
Tão distante a isolar-me do infinito a poesia
Saltitará à minha frente não a alcançarei
De tanto querer chamar a atenção das
Galáxias entrar num buraco negro sair
Ileso doutro lado em forma de energia luz
Força interplanetária atração fatal intergaláctica
Tanto mais sou ignorado pelo universo as
Estrelas dão de ombros os sóis escarnecem-me
Entendo este caos quando interpela-me tu
Um poeta? deixo de ser caos passo a ser um caô tu
Poeta? desde quando? pequeno pseudo ser? a
Humanidade sempre aí a esperar desde até quando?

MIKIO, 146; BH, 050502013; Publicado: BH, 0180802015.

Da descomunal tempestade solar que
Despendeu-se do sol neste momento
É que espero herdar a colossal poesia
Que encantará gerações vem vindo
Acelerada, a romper as entranhas do
Universo a placenta do útero sideral
Para nascer nesta folha de papel imparcial
Como os deuses do bem sopram nos ouvidos
Dos homens os seus bons conselhos como 
Os deuses do mal sopram nos ouvidos dos
Homens os seus maus conselhos a tempestade
A poesia me soprarão a ciência do bem
Do mal a genealogia do espírito as
Ondas magnéticas da percepção da
Mesma forma que a Terra se abriu na
Separação dos continentes engoliu
Atlântida hei de abrir-me para
Recepcioná-la essa poesia escapada
Do núcleo solar disparada em
Furor certeiro ao núcleo do meu coração
Meu coração nunca mais será o mesmo
O sol nunca mais será o mesmo o
Universo nunca mais será o mesmo
Posso ousar mais a afirmar com
Audácia que a poesia nunca mais
Será a mesma que fenomenologia
Viverei fabulosamente batizado por
Nêutrons prótons infinitos núcleos atômicos
Com o mesmo efeito dum acelerador de
Partículas desintegrado nalgum lugar
Indefinido serei reintegrado nesta poesia
Neste sublime momento definido

MIKIO, 147; BH, 0500502013; Publicado: BH, 0180802015.

(A brincar)
Batatinha quando nasce,
Jacaré não tem caroço,
Mas tem casca dura,
Se não gosta de biscoito,
Por que apagou a luz???
Quem não tem colírio,
Usa óculos escuros.
Puliça!!!
I love McFly
Leigo secular
HYAZSNAHYAH
HYAZSNAHYAH
HYAZSNAHYAH

MIKIO, 148; BH, 080502013; Publicado: BH, 0180802015.

Um dia não muito tarde talvez
Antes do anoitecer a humanidade
Será perfeita o meu sonho
De ser humano é o de ser um
Representante duma raça
Humana perfeita qual é o
Caminho humano que levará
A raça humana à perfeição?
Penso livremente que já avançamos
Muito penso livremente que
Inda estamos muito distantes
Do nosso alvo a perfeição avançamos
Nas ciências nas políticas nas filosofias
Nas justiças nas liberdades sim
Avançamos nas tecnologias percebo
Que inda há um grande vácuo
Talvez não saiba explicar essa
Vacância o que falta para
Preencher esse vão que seria o
Elo à perfeição evoluímos muito
Descobrimos curas milagrosas para
Muitas doenças controlamos epidemias
Evitamos catástrofes tragédias
Penso que deixamos algo a desejar
Minha mentalidade não tem
A resposta o que faz aumentar a
Minha melancolia mas a humanidade
Há de chegar à perfeição estas letras sem
Importância estas palavras insignificantes
Podem nem contribuir para isso mas
Sonho surpreso pois pela primeira
Vez não é pesadelo não é uma
Neurose é uma sentença que captei no ar
Do nada um dia a humanidade será perfeita

MIKIO, 149; BH, 090502013; Publicado: BH, 0180802015.

Sem querer ser não sei o que
Ou mesmo ao querer ser não sei
O que penso que a melhor coisa
A acontecer na vida é escrever
Um poema imagina se no lugar
De escrever um poema tivesse
Que matar alguém ou morrer
Ou se tivesse que estuprar
Alguém ou ser estuprado mas
Não estou aqui sentado na
Cadeira à mesa da cozinha
Da minha casa a escrever estas
Linhas imagina se tivesse que
Sair para assaltar para traficar
Ou virar-me numa esquina a
Fazer michê? estou aqui a
Imortalizar letras a eternizar
Palavras se me ocorresse uma ideia
De como passar esta experiência a
Todas as pessoas dizer ao invés de
Estar a fazer o que fazeis agora para
Tudo vades escrever inventai uma
Realidade uma verdade um
Poema inventai uma poesia uma
Montanha inventai um universo
É assim que faço o que não sei
Invento o que não tenho invento
Quando deparo com as minhas
Invenções estão maiores do que o
Meu coração dia desses inventei
Uma galáxia num lugar onde o
Universo nem havia existido
Mudei para lá quando cheguei lá
Quem encontrei? meu pensamento

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

MIKIO, 150; BH, 0100502013; Publicado: BH, 0170802015.

Cada coisa tem uma vozeria cada
Bicho tem uma vozança que o identifica
Cada pedra tem uma marca um rastro
Que deixa quando se movimenta
Ao dormir cada coivara tem uma
Sombra um som que ninguém percebe
Mas quem percebe identifica tudo faz
Tic-tac no universo como se fosse uma
Bomba relógio tudo faz pic-pic ou tu
Tu como se fosse um verme a roer os
Tutanos dos ossos a taramela canta
A cancela geme o ferrolho chia a
Pinguela oscila cada coisa tem algo
A nos passar que não sabemos ouvir
Nem saber o que é não sabemos
Entender as coisas cada um ser é
Um mestre numa coisança um
Especialista em estradas deixadas
Pelas lesmas outro é ás em concertos
De sapos grilos cigarras experts
Em iluminações de pirilampos nos
Choros das horas com suas lágrimas
De serenos ou de orvalhos há algo
Mais importante do que um seguidor
De brisa? é o cara que não para a
Brisa pelo contrário vai é atrás
Dela o rastreador de formigas?
Conhece todas as trilhas mesmo
À léguas de distância chega
Certinho aonde as formigas têm
Que chegar inda há o interrogador
De calangos vai chover hoje? o
Homem como está? o calango só
Balança a cabeça naquilo ali já diz
Dum tudo tem também o que faz
Dueto com a cigarra o que ensina
Cachorro a latir em latim gato a
Miar em inglês de Miami vou
Aprender com as coisas antes de
Morrer não posso morrer assim
Sem saber de nada uma abelha
Tem muito a me ensinar

RESOLUÇÃO DO PT SOBRE AS MOBILIZAÇÕES DO DIA 20 DE AGOSTO:

Os ataques ao Partido dos Trabalhadores, ao ex-presidente Lula e ao governo da Presidenta Dilma, não escondem seus propósitos conservadores e antidemocráticos, exigindo uma reação imediata do nosso partido e do campo democrático e popular.
Diante da gravidade do momento político e da ofensiva da direita contra as liberdades democráticas e os direitos humanos, políticos e sociais, o PT conclama o engajamento nacional da militância petista no calendário de mobilizações em defesa da democracia, das reformas estruturais e por mudanças na política econômica.
O Partido dos Trabalhadores apoia e orienta a participação dos petistas na mobilização unitária dos movimentos sociais e partidos de esquerda no próximo dia 20 de agosto e as iniciativas de constituição, nos estados e nacionalmente, de uma frente democrática e popular.
Brasília, 04 de agosto de 2015.
Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores
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domingo, 16 de agosto de 2015

MIKIO, 151; BH, 0160502013; Publicado: BH, 0160802015.

 Queres ser artista? queres ser poeta?
Terás que pagar-me em tarefas
Maiores do que as dos doze trabalhos de
Hércules terás que satisfazer-me
Com desejos maiores do que os dos
Trabalhadores do mar se não
Ficar satisfeito obrigar-te-ei a
Hibernar numa caverna um urso
Um ermitão um eremita de paga
Quererei a reunificação dos continentes
Com Atlântida resgatada do fundo do
Oceano Atlântico colocada no seu
Lugar de origem sou a poesia que
Almejas não sou mera atriz meretriz
Sou gueixa de raiz uma noite comigo
É de preço alto é pescar Moby-Dick
No anzol quando estiveres disposto
A ser artista ou a ser poeta que
Imortaliza obras-primas sou quem
Procuras quero que convertas Lúcifer
De novo ao cristianismo convencer a
Deus para aceitá-lo novamente no céu
Aí darei-te a cereja do meu bolo a
Minha joia de rainha o que tiver de
Mais caro no meu tesouro ungirei-te
Com A espada era a Lei dos abrigos
Da Ursa Maior farei chover as pérolas
Que alimentarão os teus porcos as
Carnes para os teus cavalos restituirás
Os olhos de Édipo viajarás nas jangadas
De pedras nos rastros que escrevem
Desvendarei para ti as poesias impossíveis
Que os impossíveis escondem dos normais

sábado, 15 de agosto de 2015

MKIO, 152; BH, 0160502013; Publicado: BH, 0150802015.

Minhas licenças retóricas poéticas são
Expedidas diretamente das galáxias
Dos aglomerados de constelações
Falo intimamente com cada estrela
Ouço o que têm a dizer individualizo
Os pensamentos delas nas folhas de
Papel em forma de poemas outras
Mais exigentes só falam-me em forma
De poesias telepatia outras através de
Tempestades solares ventos espaciais
Cabeleiras de cometas furacões de
Planetas agressivos são linguagens de
Quasares letras de regiões cósmicas
De cinturões desconhecidos palavras
Formadas de ruídos das explosões das
Formações universais dos poros
Dessas peles interplanetárias escorrem
Os suores que molham pena que fere
As linhas que amarram as letras
Libertam as palavras imperial a
Reinar soberano ouço os balidos as
Canções as melodias que vêm desse
Vácuo infinito além de tudo me
Ensinam as filosofias que inda nem
Nasceram revelam-me os pensamentos
Nas incubadoras as imaginações as
Inspirações as meditações que os
Mestres orientais ainda vão criar
Antes de nascerem os céus as terras
É nessa bola de cristal que daqui do lado de 
Fora tento colher as respostas dos mistérios

Qual será o próximo presidente da República Federativa do Brasil? BH, 0150802015; Publicado: BH, 0150802015.

Qual será o próximo presidente da República Federativa do Brasil?
Em quem o povo trabalhador brasileiro terá a coragem de votar
Para ocupar o lugar da Presidenta Dilma Vana Rousseff  a
Continuar com o trabalho de faxina que tem feito com a
Punição à corrupção aos corruptos corrompidos por fim
Aos corruptores? será alguém das gangues da
Demotucanalhada do DEM/PSDB Democratas/
Partido da Social Democracia Brasileira?
Será algum nome do PMDB? Partido do Movimento
Democrático Brasileiro? ou do judiciário
Paquidérmico nas figuras dum Sérgio Moro
Ou dalgum delegado fanfarrão da Polícia
Federal ou promotor parcial que só investiga o
PT? o Partido dos Trabalhadores? ou será um
Nome retirado das cartolas do PIG do Partido
Da Imprensa Golpista inflado como um
Balão? não percebo no povo trabalhador
Brasileiro ânimo para votar num Geraldo
Alckmin que destruiu o PIB o Produto
Interno Bruto de São Paulo arrasou a
Educação fez conchavos com o PCC
Primeiro Comando da Capital
Literalmente secou o estado usou de todos
Os meios para impedir a investigação do
Trensalão não vejo o apagado senador
José Serra que nunca trabalhou na vida
Sobrevive com os restos das verbas da
Privataria Tucana com sua ânsia entreguista
De entregar o Pré-Sal como um nome
Competitivo o golpista Aécio Neves que
Pôde até ter tido uma votação expressiva
Nas últimas eleições tem se demonstrado o
Pior político das atuais gerações só soube
Envergonhar o estado de Minas Gerais junto
Com o cúmplice Antônio Anastazia que
Agora envergonham diminuem a estatura do
Senado dos quadrilheiros do inexpressivo
DEM Democratas ninguém se qualifica o
PT, o Partido dos Trabalhadores encontrará
Dificuldades não quis cevar com verbas o
Judiciário o PIG escapou da blindagem
Que os outros têm agora sofre com as
Investigações prisões ilegais delações
Premiadas mesmo sem provas sem
Ampla defesa mas o PT no fim da jornada
Tem um grande trunfo que se não for
Abatido resistir ao bombardeio poderá
Vir a ser o próximo presidente da República
Federativa do Brasil Luiz Inácio lula da Silva

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

MIKIO, 153; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0130802015.

Estou esgotado sou um assunto
Esgotado do qual sumariamente
Todos se esgotaram mas levo uma
Grande vantagem em relação à
Humanidade como não tenho
Qualificação profissional não
Estou inserido no mercado de
Trabalho fora do padrão de idade
Que as empresas gostam de dar
Emprego sobra-me muito tempo
Para brincar com as minhas letras
Poderia estar acorrentado à frente
Da televisão ou algemado ao mouse 
Do computador ou preso a um
Telefone celular ou a imbecilizar-me
A ler um desses jornais desqualificados
Uma dessas revistas desacreditadas
De fofocas de famosos não estou aqui
Com a minha velha esferográfica na mão
A pescar letras sem anzol a arrastar palavras
Sem rede tarrafa ninguém nunca tomará
Conhecimento destes fatos ou esfregará
As retinas nestas paredes cobertas de
Frases nestes muros pichados de
Sentenças não sou um ser moderno
Que atrai olhares pelo contrário lasso
Sou um esgotado abandonadamente
Fora de uso a teimar com coisas
Fora de uso letras palavras sentenças
Frases linguagens escritas nem por
Curiosidade aparece quem queira
Saber de minha bizarrice do meu
Prazer mórbido do meu comportamento
Bisonho fora do padrão dos agrados modernos

MKIO, 154; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0130802015.

Calculei o salto ornamental do
Último trampolim totalmente
Errado bati em cheio na borda
Da piscina perdi as classificações
As medalhas as posições é
Sempre assim preparo-me para
Um pulo a perna é curta
Demais estatelo-me no
Asfalto penso em algo sensacional
Quando percebo no mundo todo
O que penso se passa como
O demais atrasado da época
Não há nada de relevante que
Possa mostrar quem por
Acaso quererá saber de velharias
Velhacas dum velhaco? quem se
Perturbará em conhecer o que não
Merece ser conhecido? calculo uma
Equação o resultado não é
Aprovado apresento um sistema
Vira um dilema o que mata é o
Olhar olham-me como se dissessem
Vai pensar olham-me como se
Quisessem guilhotinar-me ou
Pendurar-me numa forca cadê o
Resultado cadê o pragmatismo o
Produto o fim dessa lenga-lenga
Sem fim? entranho-me estranho
Nas minhas entranhas estranhas
Hiberno-me por lá no recôndito mais
Inacessível; não sentem a minha
Falta não apresento subsistência
Puxa vida pelo menos poderia
Avisar que ia morrer para a
Família tentar aproveitar os órgãos

MIKIO, 155; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0130802015.

Não não mantenho mais ereta a
Coluna a pilastra a muralha um
Som de trombeta colocou tudo
Abaixo ruiu a fortaleza desmoronou
O castelo do nada desmanchou-se
A montanha o vento agora pode
Aproveitar-se de mim à vontade
Pode ir à forra arrastar-me
Trapo velho pelas ruas fantasmas
Pensava que a minha cabeça era
Infinita a minha cabeça acabou-se
Fluíram-se memórias esvaíram-se
Lembranças perderam-se recordações
Dias desses em frente ao espelho
Perguntei quem era a pessoa do
Lado de dentro que repetia
Tudo que fazia cismei que
Era um clone para enfiarem na
Minha cabeça que aquela imagem
Era a minha tiveram que contratar
Um convencedor um marqueteiro
A ensinarem-me como deveria agir
Não sou candidato algum
Não aceitei o que tentavam convencer-me
O que tentavam ensinar-me quebrei o
Espelho aquilo não sou sou estas
Letras de fogo sou estas palavras
Ardentes trazidas pelos raios das
Cargas elétricas não não acredito
Não aceito argumentos sou os
Pensamentos que formam os núcleos
Solares sou o que alimento aquela usina

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

MIKIO, 156; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0120802015.

Queirais desculpar-me mas
Precisava de ser assim penso que
Seja o único ser no mundo
Que não é protótipo de evolução
Desprovido de qualquer qualidade
De ânimo cansei-me ao nascer
Cansei a minha mãe cansei meu pai
Foram tantos remédios mais remédios
Para despertar animar inflamar acordar
Nada não há na natureza
Nada que possa energizar-me
Lua sol estrelas universo
Nada que possa tirar-me deste
Estado de autista ofereceram-me
Milhares de letras inclusive letras
Clássicas ofereceram-me milhares
De palavras palavras sagradas sacras
De deuses de santos de anjos
Nada não há uma única palavra
Que seja capaz de ressuscitar-me
Mexer com a minha libido com
O meu testosterona adrenalina
Fazer meu sangue circular pelo
Meu aparelho circulatório não há
Nada que faça o ar chegar aos meus
Pulmões uma ideia chegar à
Minha cabeça um pensamento
Ao meu cérebro um ideal à
Minha vida de repente
Aparece aqui à minha frente
Minha filha a dizer que
Queria ser igual a mim
Coitada será que bebeu de novo

Dona Ivone Lara Completo - canto de rainha audio do dvd {2009} - Jami...

terça-feira, 11 de agosto de 2015

MIKIO, 157; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0110802015.

Não é possível estou todo a fervilhar
De febre estou em mim? não é
Possível de repente vejo-me a
Tremer estou em transe? quem sou o
Que a escrever agora neste momento?
Alguém escreve por mim? porque a
Minha mão está tão branca assim
Esta branca mão é a minha mão?
Que cansaço é este agora? cansaço
De fantasma suspiro de morto
Soluço dum último frenesi de vida
Não é possível passou durou
Pouco voltei à lucidez à cor natural
Dei uma pausa respiro normalmente
A febre passou penso no sofrimento
Do Nietzsche se pudesse ajudá-lo
A cabeça voltou a doer a apertar o
Crânio as letras ficam fora de forma
As palavras fora das linhas as frases
Saem tortas as sentenças presas sou
O mesmo encontro-me preso não
Voo não nado não danço o vento
Convida-me a deixar a vegetação
Não tenho uma praia para ir não
Tenho uma montanha minha tenho
O hospício onde ficarei internado
No mesmo catre onde ficou Arthur
Bispo do Rosário se minha cabeça
Parasse de doer teria a certeza que
Não precisaria existir não é possível
É impossível estou todo em gelo

MIKIO, 158; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0110802015.

Quero um poema para mim
Porém desisto facilmente não sou
Um bom caçador quero uma
Poesia para mim mas logo em
Seguida mudei de ideia não
Sou um bom conquistador a
Poesia como a mulher gosta de
Ser conquistada nas sobras
Que encontro hoje em mim não
Conquisto poesia não conquisto
Mulher vou ao sebo atrás dos velhos
Livros os antigos alfarrábios a
Matar a saudade dos clássicos
Poemas das líricas poesias vou
Ao bar como sou um mau
Bebedor um fraco para o álcool
Quando dou-me por mim estou
Nos braços sujos duma puta na
Embriaguez noto os seus traços
Mal acabados seus dentes estragados
Seu corpo maltratado pago a
Mixaria envergonhado saio a
Cambalear a tropeçar quase
Caio na calçada ofuscado pela
Réstia da luz do sol como posso
Querer um poema algo tão elevado?
Como posso querer uma poesia
Algo de alma tão lírica? como
Posso almejar uma mulher só
Para mim? juro que não serei
Nunca mais este bêbado desempregado
Desqualificado a envergonhar as putas
Nas zonas mas juro só enquanto estou
Bêbado é só ficar sóbrio que corro para lá

MIKIO, 159; BH, 0170502013; Publicado: BH, 0110802015.

Levantei-me do chão como um tronco
Frondoso varão levantei-me do chão
Enraizado árvore de pau nobre esnobei
Pinho-de-riga cedro-do-líbano jacarandá
Peroba meu chão nutria-me de seiva real
Fértil senti-me revigorado plantado no
Meu torrão a fazer sombra no meu quintal
A embelezar meu terreiro atraía os mais
Diversos pássaros aos meus galhos
Ramados à minha folhagem rejuvenescida
Não quero outra terra se optar ser
Embarcação de quilha empinada de
Proa endereçada de popa reforçada
Os oceanos serão pequenos para mim
Navegador descobridor de continentes
Trarei nas velas Atlântidas nos porões
Especiarias nos sótões ideias infantes
Por liberdade navegarei nos mares de
Camões dos marinheiros bravios que
Em cada porto deixa um pedaço do
Coração a consolar um coração
Depois de conquistar o mundo
Conquistar as luas os sóis partirei a
Dominar os universos em todos os
Cantos meus frutos serão cantos nas
Bocas de todas as gentes abrigarei
Nômades ciganos viajantes de desertos
Seres errantes ao redor deste tronco donde
Os séculos nos observarão em contemplação

MIKIO, 160; BH, 0190502013; Publicado: BH, 0110802015.

Quero os meus ossos todos de volta não
Importa o que foi feito dos meus ossos
Não interessa o que foi construído em
Cima dos meus ossos quero-os todos
De volta agora já com as carnes nos
Lugares os nervos as veias as peles
Ah construímos uma igreja em cima dos
Teus ossos um castelo medieval um
Mosteiro feudal não autorizei usar os
Meus ossos para nada quero a minha
Caveira de volta vou guardá-la num
Armário meu esqueleto completo
Não mandei acorrentá-lo em nenhuma
Caverna aprisionado em ossuário de
Jeito nenhum ficará como decoração
Em minha sala de espera ah mas teus
Ossos agora são tão sagrados viraram
Alicerces de catedrais púlpitos para
Altares não nunca quero-os para
Patuás amuletos que fecham corpos ah
Mas isso é profano é de pagão mas
Meu esqueleto é profano minha
Caveira é leiga pagã meus ossos são
Seculares ah é impossível o que
Queres estão muito ressequidos a
Caveira encardida o esqueleto sujo
Não dá para arrastá-lo do fundo até
Aqui em cima não mandei ninguém
Fazer isso com os meus ossos
Quero-os inteiros com medulas
Tutanos cartilagens meniscos ah não
Há mais nada disso cartilagens tendões
Meniscos para os joelhos no lugar
Dos tutanos areia terra nas
Medulas fuligens nas juntas pedras
Seixos é isto é o meu esqueleto
Fossilizado devolva-o assim mesmo quero
Fazer uma santuário com o meu osso sacro

MIKIO, 161; BH, 0190502013; Publicado: BH, 0110802015.

Procuro o que é que tira o homem do
Limbo da caverna do útero procuro
Saber o que faz o homem querer
Permanecer no útero na caverna
No limbo penso que a liberdade seja a
Mãe do homem a liberdade o move o
Envolve o acompanha por toda
A existência pela liberdade
O homem deve lutar até o fim
Dos seus dias quem vive no limbo
É fantasma quem vive na caverna
É o prisioneiro acorrentado quem
Vive no útero é o feto encruado
Criar casulo enraizar igual a um
Vegetal hibernar numa loca não
É o que nos pede a sabedoria não é
O que nos pede o conhecimento o
Saber ou o discernimento não é o
Que nos pede a percepção a luz
Que afasta o nosso medo o medo
Do homem de ser livre de ter liberdade
De atuar dentro dos princípios da
Ciência um dos princípios que rege
A vida do homem livre é vencer a
Covardia vencer os subterfúgios pois
Muitos para passarem-se por livre passam-se
Por loucos podemos ser livres sem
Precisarmos apelar à loucura é
Por isto que não sou um ser moderno
Sinto-me preso acorrentado aos
Conceitos das opiniões publicadas;
Sinto-me vegetal cosido ao muro do
Quintal olho os calangos olho os
Pardais ali sim entendo a liberdade

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

MIKIO, 162; BH, 0190502013; Publicado: BH, 0100802015.

Mestre como adquire-se ânimo
Euforia disposição? sim tive a vida
Toda para isto mas só agora no fim
Da vida é que vem-me a ideia de
Mudar de comportamento mudar
De postura querer adquirir atitude
Empolgação sim já passei da idade
Não tenho mais adrenalina minha
Libido secou meu organismo não
Destila mais testosterona mas mestre
Não tens aí nenhuma palavrinha
Para levantar-me o moral? estou mais
Abatido do que nunca batido esgotado
Quero morrer com um pouquinho de
Energia um pouquinho de fogo na
Alma uma luzinha própria pode ser
Igual a do vaga-lume outra
Coisa morrerei sem saber a causa
Do meu esmorecimento? precisava
Descobrir antes de partir já rodei
Mundo procurei conhecer povos gentes
Gentios não encontrei um desanimado
Quanto a mim um apresentava motivo
De luta outro apresentava energia
Febril outrem audácia demonstrava
Ousadia coragem incomum quando
Chegava a minha vez o chão saía de
Debaixo dos meus pés o céu desabava
O fôlego fugia dos pulmões perdia
O ar não havia milagre que
Sustentava-me de pé o sangue não
Fervia nas veias nada inflamava-me
Neste momento derradeiro não terei
Revelada a causa deste denso nevoeiro