Bonitas são as pretas velhas nas rodas
Dos terreiros a rodopiarem a baterem
Os pés no chão na cadência dos
Cantos nagôs bonitas são as pretas
Velhas as caboclas as mucamas os sons
Dos tambores sagrados bonitas são as
Poeiras que sobem do chão dos quintais
Como uma fumaça duma queima de
Oferendas em altares aos moradores
Dos céus bonitos são os balangandãs
As cordas os cordões os búzios os
Guizos as saias de rendas os anéis e
Pulseiras as braçadeiras as chinelas
As guias as rezas das negras benzedeiras
Bonitos sãos os ebós os altares afros
Suas armas ritos rituais bonitos são os
Enfeites os adereços os apetrechos dos
Cultos dos negros aos deuses nagôs
Bonitas são as comidas oferecidas os
Azeites as pimentas as farofas as pingas
As rodas de santos santas os pais
As mães de santos o ritual banto
Bonito é o meu berço África mãe pai
Parente útero donde veio toda a gente
De quem veio das forças dessas matas
Das folhas das selvas das folhagens das
Relvas das ramas dos troncos dos
Sagrados carvalhos das abençoadas
Obras-primas que cultura tão vasta
Encontrou a humanidade apesar de ter
Sido através da dura cruel imposição
Da escravidão com lágrimas nos olhos
Teremos que reconhecer agradecer
Pelo conhecimento de tal riqueza
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