Deuses a oferecer-vos só letras palavras
Se quiséreis ser alma ente espírito não
Tenho a oferecer-vos tenho carne muita
Carne banha gordura sangue não o
Arterial o arterial é pouco mais são as
Sobras do venoso tenho ossos muitos
Ossos cartilagens nervos peles cânticos
Louvores hinos? não não aprendi a tecer
Essas teias orações rezas ladainhas?
Apesar dos descendentes negros escravos
Pretas velhas cativas de índios pajés
Não aprendi tradições de rezas nem de
Orações ou de ladainhas salmos cantos
Beneditinos gregorianos nada disso
Tenho para oferecer-vos meus tendões
Não são de Aquiles não suportarei
Vossos andores meus meniscos não são
De atletas não suportarei dobrar os
Joelhos em adorações ou que vossos
Templos igrejas mesquitas sinagogas
Madrassas sejam construídas sobre mim
Mas ser tão imperfeito deficiente incompleto
Por mais que queira chegar perto dum deus
Nunca será aceito será sempre rejeitado
Todos virarão as costas ou os olhares
À minha sombra é que inda não captei a
Alucinação duma religião sinto-me
Renegado quando passo nos portais dos
Imensos suntuosos templos das vastas
Luxuosas igrejas a não ser o meu
Amontoado de mim resta-me nada a
Oferecer-vos a vós como tendes tudo
Sois deuses a este pobre de mim não
Levareis em conta em suas blasfêmias
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