Ouçais este canto de passarinho
Este zumbido de asas de besouro
Preso dentro duma meia usada em
Cima da mesa de madeira do
Quintal estas rasantes que as
Muriçocas dão em volta das cabeças
Ouçais essas sinfonias universais
Essas músicas de filarmônicas que
Os ouvidos não captam mais cada
Ser que respira faz um concerto
Diferente o recital silencioso das
Garças nas beiras das lagoas ou
Dos rios lagos são as belezas ocultas
Debaixo das belezas ocultas os
Choros dos besouros que caem de
Pernas para o ar não voltam mais à
Posição normal choram até morrer
Ouçais esses choros das joaninhas
Que morrem queimadas dos grilos
Dos gafanhotos rotos pelo fogo
Da natureza todo ser que respira
Chora de dor mas o que sabe fingir
É só o homem ouçais os cantos
Barrocos das pedras sabão ao
Levarem as marretadas sagradas
Do Aleijadinho os gemidos
Dos mármores cortados por
Michelangelo inda reverberam
Nos ouvidos dos santuários do
Universo as partituras eruditas
Não registram esses momentos tão
Sublimes que não consigais imaginar
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