domingo, 6 de março de 2016

É uma capacidade de não ter capacidade; BH, 02101102012; Publicado: BH, 060302016.

É uma capacidade de não ter capacidade
É um ânimo de não ter ânimo que
Deixam-me lasso prostrado diante dos
Que têm capacidade ânimo retiro-me
Às grotas às locas às grutas firo-me
Quando refiro-me a mim mas é que
Sou composto assim solúvel não impermeável
Aéreo fluído é uma forma densa de não
Ser denso pesado é a absurdidade de
Ser absurdo obtuso oblíquo fleumático
Tênue diáfano a vontade é só a
Vontade de estar sem vontade alheio
Ignorante à ignorância dos ignorantes
Ignorados fazer parte dos que não
Fazem parte nem fazem questão de
Fazer questão de fazer parte vulneravelmente
Vulnerável à frente só o peito atrás só as costas
Sem Deus sem demônio permito-me não
Permitir-me nada absolutamente
Nada estar assim é o meu não estar assim
Simplesmente para estar distante se
Por ventura alguém observar entender o
Quanto estou distante manter
Distância sem movimento sem pensamento
Sem ferramenta oculto nas folhagens
Vestido pelo vento em nuvens em névoas
Camuflado na neblina banhado de brisa
Desta maneira é que quero que seja as maneiras
De quem tem alguma maneira em relação
A mim o restante seguirei para o abismo
Sem a pressa dos esfomeados em engolir a comida

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